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Estudantes brasileiros buscam escolas portuguesas para expandir conhecimento
Brasileiros têm recorrido cada vez mais a cursos de curta e de longa duração em Portugal para aprimorar atuação profissional e mesmo montar empresas.
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O fluxo de estudantes brasileiros para Portugal não para, seja para cursos de curta duração, seja para estudos mais prolongados. Nesta semana, 57 alunos de várias partes do Brasil desembarcaram no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa, para uma imersão intensiva de duas semanas sobre inovação e liderança na gestão de projetos. A iniciativa é do LAIOB Experience (Latin America Institute of Business), com sede em São Paulo. Já são cinco edições realizadas em Portugal, totalizando cerca de 300 participantes. Desses, 120 concluíram os estudos na semana passada.
Segundo a CEO da LAIOB, Luísa Vilela, co-fundadora da instituição, o foco do projeto é incrementar o conhecimento e criar conexões com o maior número possível de pessoas. Ela conta que, no início, os cursos miravam estudantes e instituições da América Latina, mas, com o passar do tempo, Portugal assumiu protagonismo como centro de estudos, vindo em seguida os Estados Unidos. “Começamos a parceria com o ISCTE em 2022, com apenas 24 alunos e, agora, realizamos cursos duas vezes por ano”, diz.
Luísa afirma que a LAIOB é totalmente brasileira e destaca a postura dos portugueses e de Lisboa, em particular, "uma cidade acolhedora”, o que gerou a expansão para um novo curso, o de gestão estratégica em negócios. Para ela, a experiência é sempre interessante e os formandos refletem isso, pois cada um dos grupos que participam dos cursos tem características e resultados diferentes. “É incrível, pois não existe uma turma igual a outra. Cada uma tem uma particularidade”, acrescenta.
Ela destaca que, desde que iniciou as missões educacionais, os participantes criaram várias empresas, “Ou seja, o intercâmbio proporcionou experiências inovadoras e até aproximou pessoas, inclusive, formando famílias”, descreve. “Dessas conexões surgiram grupos que criaram empresas de games e de consultorias, por exemplo, e a lista deve ser ampliada com os que agora encerraram o curso”, ressalta a executiva.
Presidente do ISCTE Executive Education, José Crespo de Carvalho assinala que os resultados da parceria com a empresa brasileira ultrapassaram os objetivos iniciais. “É com grata satisfação que recebemos os estudantes e desejamos um futuro promissor a eles”, diz.
Futuro melhor
Representantes dos recém-formados, Ricardo Wanner de Godoy, funcionário da Empresa Brasileira de Processamento de Dados (Serpro), de Brasília, e Luciene da Silva Xavier Santos, mentora, de São Paulo, não escondem a satisfação com os cursos. “Tivemos a sorte de aprender com profissionais altamente qualificados, que não apenas compartilharam seu vasto conhecimento, mas, também, nos incentivaram a pensar de forma crítica e inovadora. Cada aula era um desafio, uma oportunidade de expandir nossa visão e de nos prepararmos melhor para o futuro que nos aguarda”, enfatiza Godoy.
Luciene observa que o programa dos cursos permitiu a todos avançar no estudo de novos modelos de negócios. “A conexão com pessoas de outras regiões do país também foi um ganho importante”, diz. Para Luciana Rodrigues, publicitária de Belo Horizonte, o curso de inovação e liderança lhe permitiu ampliar os conhecimentos e desenvolver novas habilidades. “Foi intenso e vai ajudar na minha vida profissional, pois já trabalho com inovação”, diz.
Para a baiana Mel Campos, designer e especialista em economia criativa, além das perspectivas internacionais que os cursos lhe proporcionaram, será possível repartir todo o conhecimento adquirido com a comunidade. “Acredito que meu objetivo, a partir de agora, será estruturar e capacitar as comunidades em que atuo”, afirma.