Bruxelas autoriza vacinação de adolescentes contra mpox após recomendação do regulador

Comissão Europeia segue as recomendações da EMA e autoriza a vacinação de adolescentes dos 12 aos 17 anos contra o mpox. A resposta imunitária desencadeada pela vacina é semelhante à dos adultos.

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Vários países europeus, incluindo Portugal, vão disponibilizar mais 315 mil vacinas contra o mpox à República Democrática do Congo ETIENNE LAURENT / EPA
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A Comissão Europeia autorizou esta sexta-feira, 20 de Setembro, a vacinação de adolescentes, cidadãos entre os 12 e os 17 anos, contra o mpox, na sequência de uma recomendação feita na quinta-feira pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). Em comunicado, o executivo comunitário anunciou que autorizou a vacinação de adolescentes.

A EMA recomendou alargar a vacinação contra o mpox a adolescentes na sequência de uma investigação que comparou a resposta imunitária de 315 adolescentes com a de 211 adultos e concluiu que "é semelhante". "Desse modo, é possível concluir que a vacina irá produzir em adolescentes os efeitos de protecção semelhantes aos que tem nos adultos", sustentou a EMA.

As primeiras 100 mil doses da vacina contra a infecção pelo vírus que provoca o mpox disponibilizadas pela União Europeia (UE) chegaram no início de Setembro à República Democrática do Congo. Em simultâneo estão previstas mais 315 mil vacinas provenientes de Portugal, Espanha, Alemanha, França, Malta, Luxemburgo, Croácia, Áustria e Polónia, número que poderá vir a ser superior, com outros Estados-membros que eventualmente queiram participar neste esforço conjunto. As vacinas serão dadas ao Centro para Prevenção e Controlo de Doenças de África para distribuir pelos principais países mais afectados por este surto.

Também no início de Setembro, durante uma audição no Parlamento Europeu, a directora do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) revelou que o risco para a população dos países da União Europeia (UE) "é baixo". "É preciso clarificar uma coisa, o mpox não é o próximo covid-19", assegurou Pamela Rendi-Wagner.

Reconhecendo que "o tamanho do surto em África pode ser muito maior", por falta de informações credíveis, a directora do ECDC sustentou que os vírus do mpox e o SARS-CoV-2 se "espalham de maneiras diferentes, têm riscos completamente diferentes e também há uma vacina eficaz" para o mpox. "Não era esse o caso em 2020 quando começou a pandemia de covid-19", completou.

Pamela Rendi-Wagner, que também é a antiga directora-geral de Saúde Pública da Áustria, recordou que o único caso registado da estirpe que está a propagar-se em África foi em Estocolmo, de uma pessoa que tinha viajado para uma das áreas naquele continente que estavam a ser afectadas pelo surto.