Projecto da Grande Rota do Montado no Alentejo Central ganha primeira ecopista

A Ecopista de Reguengos, que atravessa os concelhos de Évora, Redondo e Reguengos de Monsaraz, pelo antigo ramal ferroviário já foi inaugurada.

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A Ecopista de Reguengos atravessa os concelhos de Évora, Redondo e Reguengos de Monsaraz Rui Gaudêncio
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A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) pretende desenvolver pelos 14 concelhos do distrito de Évora a Grande Rota do Montado (GRM), com 182 quilómetros, tendo aberto a primeira fase do projecto, uma ecopista com 37,7 quilómetros.

A Ecopista de Reguengos, que atravessa os concelhos de Évora, Redondo e Reguengos de Monsaraz, pelo antigo ramal ferroviário que ligava estes concelhos alentejanos, foi inaugurada na terça-feira, após um investimento de 850 mil euros, co-financiado pelo programa Alentejo 2020.

A nova valência, que faz parte do projecto intermunicipal mais vasto de criação da Grande Rota do Montado, integra o Plano Nacional de Ecopistas, desenvolvido pela IP Património, da empresa Infraestruturas de Portugal, explicou a CIMAC.

Segundo a comunidade intermunicipal, a Ecopista de Reguengos, dividida em três etapas, "oferece uma oportunidade única para a prática de pedestrianismo, ciclismo e outras formas de mobilidade suave".

O presidente da CIMAC, David Galego, realçou hoje que, "cada vez mais, os produtos turísticos assentes nos "espaços rurais" e na "promoção e fruição do território" através da natureza "têm muita atractividade". "Cada vez mais a mobilidade sustentável, a qualidade de vida, a promoção da saúde são valorizadas e estes espaços permitem uma prática de caminhada, de utilização da bicicleta, de tudo aquilo que permite dar, de facto, mais qualidade de vida ao território e atrair pessoas" que se deslocam "para encontrar este espaço de promoção da natureza", frisou.

O presidente da CIMAC, que também lidera a Câmara de Redondo, explicou que a Ecopista de Reguengos é "a primeira fase" da GRM, a que se "seguirão depois todas as outras fases que estão projectadas e que "irão percorrer todo o Alentejo Central".

"É esse o grande desígnio. São 182 quilómetros que, passo a passo, por ramais ferroviários desactivados, iremos fazer com que possam ser percorridos de bicicleta ou a pé, em todo o Alentejo Central, em condições de segurança", precisou.

O projecto global envolve um investimento que ronda os quatro milhões de euros e as fases que faltam, que chegaram a estar também previstas para o programa Alentejo 2020, mas acabaram por sofrer atrasos, vão ser candidatas ao programa Alentejo 2030.

"Temos as candidaturas prontas, os avisos irão abrir e estamos convictos de que, neste processo de continuidade também da estratégia que temos para o interior do país, e em concreto aqui para Alentejo Central, esta é uma aposta clara", argumentou, afiançando que a iniciativa irá ser concretizada durante o quadro comunitário que vigora até 2030.

A ecopista que já abriu e a própria GRM pretendem valorizar o património natural e cultural do Alentejo, com destaque para o montado, "um dos ecossistemas mais representativos da região".

"A maioria do percurso [da GRM] passa em zonas de montado, que é tão tradicional do nosso Alentejo e é um espaço preservado, o montado de facto, é um espaço preservado e tão específico do nosso território", pelo que interessa promovê-lo, destacou David Galego.

Nos ramais ferroviários desactivados, existem edifícios e outros espaços que a IP Património já concessionou ou quer concessionar, como o caso da estação de Nossa Senhora de Machede, em Évora, atribuída a uma empresa privada, para apresentação de vinhos e realização de outros eventos e ainda criação de alojamentos turísticos.