Centro Interpretativo de Molinologia nasce na antiga escola de Ponte de Sor

Uma antiga escola básica foi reabilitada e vai acolher um centro interpretativo dedicado à molinologia, num investimento de cerca de 560 mil euros.

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O Centro nasceu no edifício de uma antiga escola básica CM Ponte de Sor
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Uma antiga escola básica do concelho de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, foi reabilitada para acolher um centro interpretativo dedicado à molinologia, num investimento de cerca de 560 mil euros. O centro interpretativo está localizado na freguesia rural de Foros de Arrão e vai ser inaugurado no sábado, dia 21, a partir das 17h.

O Centro Interpretativo de Molinologia de Foros do Arrão (CIMFA) é um equipamento cultural que tem como objectivo mostrar aos visitantes a "forte ligação histórica" do concelho, e em particular do território de Foros de Arrão, aos moinhos de vento e de água, usados essencialmente para moagem de cereais.

Em declarações à Lusa, a vereadora do município Sérgia Bettencourt explicou que a criação deste centro parte de uma política desenvolvida pela autarquia que visa "preservar" os moinhos situados no território. "No nosso território, o único moinho de vento que temos preservado fica, precisamente, em Foros do Arrão e surgiu, assim, a ideia de, numa antiga escola, fazer aí o centro interpretativo", disse.

Através deste centro interpretativo, vai ser possível "viajar atrás no tempo" para compreender como surgiram os moinhos, como funcionam, os tipos de moinhos existentes, as evoluções a nível da técnica e da indústria que possibilitaram a sua evolução, a cultura a eles associada e a sua ligação com o futuro.

Além deste espaço expositivo, o CIMFA permitirá também, na sala designada como Funlab, explorar a ciência dos moinhos, numa vertente lúdico-pedagógica através de elementos interactivos e da experimentação. "É um espaço para as crianças, onde vão estudar a importância dos moinhos, adaptada à suas idades, e inclusivamente podem fazer pão, têm uma pequena mó onde podem moer os cereais e desenvolver todo o processo de fazer o pão", indicou a vereadora.

A autarca sublinhou ainda que todo o espaço está concebido para que possam ser ministradas "aulas ao vivo", tencionando o município que esta valência seja "transversal" a todas as disciplinas.

Para a câmara, este investimento constitui um "ponto fundamental" naquela que é a estratégia de descentralização cultural da autarquia, esperando que "traga um retorno tangível" para a população, "materializado em novos visitantes, maior potencial turístico e maior atractividade económica". De acordo com Sérgia Bettencourt, o centro interpretativo, além de se dedicar ao estudo dos moinhos, vai contar ainda com uma sala de exposições e uma outra sala para organização de eventos.

Após a inauguração do espaço, no sábado, segue-se uma visita guiada ao equipamento cultural e a inauguração, na sala de exposições, da mostra colectiva Sancho el Quijote - Quijote el Sancho, numa parceria da autarquia com a Associação Cultural Sete Sóis Sete Luas.

A actuação do Grupo de Danças e Tradições da Associação Forense dos Amigos da Terceira Idade e um jantar com animação musical são as outras actividades da inauguração, inserida no 16.º Simpósio Internacional da Sociedade Internacional de Molinologia, que decorre neste concelho alentejano a partir de sexta-feira e até dia 26.

O simpósio, que se realiza de quatro em quatro anos, reúne em Portugal algumas das figuras que mais se destacam no estudo e defesa dos moinhos a nível mundial.