Niepoort

Bairrada

11

115

95

Manuel Carvalho

A sorte é que a biodinâmica e a enologia mínima que ampara o conceito estético de Dirk aqui funciona muito bem. Estes tintos são esquálidos, mas cheios de alma e carácter na sua crueza. Não se inserem na estética que por vezes Dirk faz centrar em si própria, esquecendo que há riscos quando se desafiam padrões – “para quê simplificar quando podemos fazer complicado?”, pergunta Dirk. O Lote D 14, por exemplo: puro, nu, linear, com uma frescura única, uma acidez intrigante e uma sapidez enxuta. Não é nem prodigioso no aroma, nem no volume, nem na estrutura, nem na intensidade. São essas ausências que o tornam precioso e atraente. É raro a simplicidade crua ser assim rica de sensações. Para que não sobrem dúvidas, este e os demais vinhos desta série são magníficos.