Obras do novo Hospital de Todos-os-Santos arrancam na quarta-feira

Ministra disse que é preciso criar condições para que os profissionais de saúde queiram trabalhar no SNS e serem reconhecidos como “peças essenciais à excelência do sistema”.

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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar disponível para "ajustar remunerações à diferenciação, à produção e ao valor criado", sublinhando que, também a este nível, "a avaliação de resultados é possível e mesmo desejável" ANTÓNIO COTRIM / LUSA
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As obras do novo Hospital de Todos-os-Santos, que reunirá os hospitais da Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa, irão arrancar na quarta-feira, anunciou nesta segunda-feira a ministra da Saúde.

O anúncio foi feito por Ana Paula Martins na cerimónia comemorativa do 45.º aniversário do Serviço Nacional da Saúde (SNS), que decorreu esta tarde na Culturgest, em Lisboa, em que falou sobre o reforço do investimento em infra-estruturas e equipamentos pesados para modernizar a rede.

A ministra considerou o novo hospital uma "unidade inovadora e potenciadora da mudança em toda uma região, cujo início de obras irá ser assinalado na quarta-feira".

O Hospital de Todos-os-Santos irá agregar os hospitais que compõem a ULS São José — Santa Marta, Capuchos, São Lázaro, Curry Cabral, D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa.

A ministra reconheceu que o SNS tem vindo a perder atractividade para os profissionais de saúde, afirmando que, por isso, o abandonam e procuram outras soluções e afirmou que "chegou o tempo" de procurar pôr termo à insatisfação dos profissionais, admitindo que "não é fácil nem imediato".

"Temos de tentar inverter estas saídas. Temos de criar as condições para que os profissionais queiram trabalhar no SNS e tenham orgulho", disse, realçando que os profissionais têm de ser reconhecidos como "peças essenciais à excelência do sistema".

Segundo a governante, esse reconhecimento não pode ser só nos discursos, "mas essencialmente nas acções, na promoção de carreiras competitivas e construídas na defesa do mérito, da inovação, da progressão constante e da excelência".

Adiantou que, para isso, é necessário alterar modelos e garantir calendários na construção das equipas multidisciplinares, em que seja privilegiada a diferenciação e adequação das tarefas.

Ana Paula Martins disse ainda estar disponível para "ajustar remunerações à diferenciação, à produção e ao valor criado", sublinhando que, também a este nível, "a avaliação de resultados é possível e mesmo desejável".

A ministra considerou que as ordens profissionais da saúde e os sindicatos do sector "podem e devem ser parceiros de mudança".

No início do discurso, Ana Paula Martins manifestou a sua solidariedade para com os profissionais que estão no combate aos incêndios, em particular aos profissionais de saúde que estão em auxílio às vítimas.