Woody Harrelson é o rosto de uma campanha para pressionar o governador da Califórnia, Gavin Newsom, a aprovar um projecto de lei que permite a venda de outros produtos em lojas de canábis. A ideia é ter permissão para abrir cafetarias ao estilo de Amesterdão, onde seria possível alargar a oferta além dos produtos derivados da canábis, explica o Los Angeles Times.
O actor é um dos interessados no tema do procjeto de lei AB 1775, uma vez que é dono de uma loja de canábis, a The Woods WeHo, que abriu em 2022. “Só precisamos de uma pequena migalha, que é a possibilidade de vender artigos não relacionados com a canábis”, pede Harrelson num vídeo partilhado pelo deputado Matt Haney no Instagram. “Não vejo como é que isso pode prejudicar alguém. Por favor, vamos fazer com que isso aconteça.”
Harrelson é um dos activistas pela legalização da marijuana nos EUA, manifestando-se há muito tempo a favor do uso terapêutico da canábis. Aliás, em 2000, foi a tribunal por ter uma plantação de marijuana em casa e, anos mais tarde, chegou a solicitar uma licença para comercializar e cultivar essa planta nos Havai, que lhe foi negada. No ano passado, a estrela de True Detective esteve no Capitólio para pedir aos governantes que legalizem o consumo de canábis a nível federal.
Agora, conseguir aprovar o projecto de lei na Califórnia seria “extremamente importante” para todas as lojas de canábis no Estado que enfrentam um encerramento iminente devido a “toda a tributação, toda a regulamentação que está a paralisar a indústria”, queixa-se o actor. E termina: “Na verdade, sou um anarquista. Nem sequer gosto do governo, mas aqui estou eu a tentar fazer o que está certo e espero que Newsom, etc., façam o que está certo.”
Quando abriu o The Woods WeHo, Woody Harrelson já tinha a expectativa de criar uma espécie de cafetaria, mas tal não foi permitido. “Nunca gostei da ideia de não poder consumir no local, como se pode fazer em Amesterdão, por exemplo”, explicava à The Hollywood Reporter no dia da inauguração.
Caso venha a ser aprovada, a lei permite que os estabelecimentos não só vendam produtos alimentares e bebidas não alcoólicas sem canábis, como também possam oferecer música ao vivo e outro tipo de entretenimento. “Este é o futuro quando se trata de canábis para uso recreativo. É o futuro quando se trata das nossas pequenas empresas e da sua capacidade de prosperar”, sublinhou Matt Haney na conferência de imprensa na passada sexta-feira no The Woods WeHo.
A medida é ainda uma forma de fazer face à concorrência desleal de um mercado ilegal em crescimento. “Legalizar os cafés criará empregos bem remunerados e permitirá que os nossos distritos comerciais recuperem num momento em que muitos continuam a lutar para sobreviver devido às consequências da pandemia”, terminou Matt Haney.
O governador Gavin Newsom deverá aprovar ou vetar o projecto de lei até 30 de Setembro. Caso a medida venha a ser aprovada, entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2025.
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