Incêndio no Fundão “praticamente dominado”. Mais de 600 operacionais no terreno

Há cinco incêndios activos “com mais significado”. Mais de uma dezena de meios aéreos activados na manhã deste sábado.

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Bombeiros no combate às chamas em Silvares, no concelho do Fundão, este sábado MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA
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Destruição provocada pelo incêndio no Fundão, este sábado,Destruição provocada pelo incêndio no Fundão, este sábado MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA,MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA
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População observa fogo em Silvares, Fundão, a 13 de Setembro MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA
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O incêndio que deflagrou esta sexta-feira em Silvares, no concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, continua a lavrar em zona de mato e mobilizava na manhã deste sábado mais de 700 operacionais. Fogo chegou a exigir sete meios aéreos de combate às chamas em simultâneo no terreno.

"As frentes que estavam activas durante a noite estão praticamente dominadas e em rescaldo", afirmou António Fonseca, comandante de operações da Protecção Civil no combate ao incêndio no Fundão, pelas 12h. "Não há qualquer habitação em perigo", garantiu.

Durante a madrugada, o fogo chegou a ter uma frente activa com sete quilómetros, alimentada pelo vento forte. "O trabalho a fazer é de vigilância e consolidação da extinção para garantir que o rescaldo seja bem feito e que não temos reactivações", acrescentou António Fonseca, em declarações aos jornalistas no local.

Este incêndio, que causou ferimentos ligeiros em dois bombeiros, apresenta "uma grande extensão de área ardida, com muitos meios empenhados" aos quais se juntaram, "pela manhã, meios aéreos", explicou, horas antes, José Costa, do comando da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), à Lusa. "A estrada nacional [EN] 238 está interdita entre Dornelas e Silvares", adiantou.

Pelas 14h deste sábado, estavam no terreno 655 operacionais, apoiados por 213 veículos e quatro aeronaves.

José Costa destacou ainda o fogo que teve início na madrugada deste sábado em Paranhos, no concelho de Seia (Guarda). O incêndio entrou em fase de resolução pelas 9h30, altura em que se mantinham no terreno 303 operacionais e 88 veículos, além de três meios aéreos, e foi declarado extinto às 13h30. Ainda que não tenham sido ameaçadas pelas chamas, o fogo esteve próximo das aldeias da Sobreda e Seixo da Beira.

A Protecção Civil alerta também para outros quatro incêndios em zonas de mato considerados significativos, estando apenas um ainda em curso às 14h: em Marco de Canaveses, distrito do Porto, combatido por 52 operacionais, apoiados por 15 viaturas e duas aeronaves.

Encontram-se já em fase de resolução o fogo na Parada de Ester, em Castro Daire, Viseu, mobilizando 76 bombeiros e 26 viaturas de combate a incêndios; em Aguiar da Beira (Guarda), com 139 operacionais, 41 viaturas e uma aeronave; e em Cabeceiras de Basto (Braga), com 52 operacionais e 15 viaturas.

Protecção Civil alerta para meteorologia favorável a fogos nos próximos dias

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) apelou este sábado a todos cuidado especial com ignições nos próximos dias, devido a previsões de condições meteorológicas favoráveis à propagação de incêndios.

Na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes, revelou que foi accionado o estado laranja de prontidão dos meios a partir deste sábado e até segunda-feira, tendo em conta a previsão de diminuição da humidade relativa no ar e a existência de vento nos próximos dias.

O responsável destacou que desde segunda-feira têm aumentado de dia para dia o número de ignições, sobretudo nocturnas, pelo que pediu especial cuidado da população nos próximos dias. As regiões mais afectadas têm sido o Centro e o Norte do continente.

IPMA coloca 60 concelhos de nove distritos em perigo máximo de incêndio

Cerca de 60 concelhos dos distritos de Bragança, Viseu, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Portalegre e Faro estão este sábado em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

À excepção de Évora, Beja, Lisboa, Setúbal, e de alguns concelhos de Aveiro e do Porto, todos os outros distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o IPMA. Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

As previsões meteorológicas para o continente são de céu pouco nublado ou limpo, podendo temporariamente apresentar períodos de maior nebulosidade por nuvens altas, em especial no interior da região Sul durante a tarde. O vento soprará fraco a moderado do quadrante leste, soprando por vezes forte no litoral Norte e Centro e, com rajadas até 60 quilómetros por hora, nas terras altas até meio da manhã, rodando para o quadrante norte no litoral Oeste a partir da tarde.

O IPMA prevê uma pequena subida da temperatura máxima no interior Norte e Centro e no litoral Centro e Sul, excepto no sotavento algarvio, onde descerá. As máximas vão oscilar entre os 34º Celsius em Santarém e os 24º na Guarda; e as mínimas entre os 21º em Lisboa e Faro e os 8º em Bragança e na Guarda.