Estudantes do Reino Unido criam detector de incêndios em forma de pinha (e vencem prémio de design)

A pinha Pyri, feita de cera e carvão, é a ideia vencedora do Prémio James Dyson. Quando é queimada pelo fogo, emite um sinal de para as torres de comunicação, até para as mais afastadas do local.

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Estudantes do Reino Unido criam detector de incêndios em forma de pinha X/ DR
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Foi a pensar numa solução de combate aos incêndios florestais em todo o mundo que quatro estudantes de Engenharia de Design de Inovação do Reino Unido decidiram desenvolver um dispositivo em forma de pinha que detecta fogo na área onde está colocado. A ideia tornou-os nos vencedores nacionais do Prémio internacional de design James Dyson, que reconhece as melhores invenções na área — e garantiu-lhes quase seis mil euros (5000 libras) para investirem no protótipo da pinha.

A equipa segue agora para a final internacional onde pode conseguir cerca de 35 mil euros (30.000 libras).

Pyri, o detector de incêndios, é feito de cera e carvão, materiais biodegradáveis, eficazes e não tóxicos para o meio ambiente, ao contrário dos metais, plástico e lítio utilizado para fabricar baterias.

Em declarações à revista Dezeen, Richard Alexandre, estudante brasileiro e um dos membros da equipa, disse que a ideia de criar o detector surgiu em 2020, depois de testemunhar a destruição provocada pelos incêndios florestais na região do Pantanal, os maiores dos últimos 14 anos. A equipa é ainda composta pelos colegas Karina Gunadi, Blake Goodwyn e Tanghao Yu.

Segundo a revista, o nome do mecanismo é uma referência às plantas pirófilas, como é o caso de alguns tipos de pinheiros, que estão em áreas afectadas por incêndios florestais e, além de sobreviverem ao fogo, conseguem reproduzir-se através da libertação das sementes.

A ideia, explicou o estudante, é camuflar o Pyri na natureza que vai funcionar da seguinte forma: quando as chamas entram em contacto com exterior do detector, que é feito de cera, a "pinha" vai emitir um sinal de radiofrequência que vai chegar às torres de comunicação, inclusive as que estão localizadas a quilómetros de distância do local do incêndio.

Segundo a revista, a cera vai emitir o sinal de alerta e o carvão, por ser rico em carbono, vai funcionar como um condutor eléctrico da mensagem.

“Ao contrário dos métodos tradicionais, que dependem de sensores, câmaras e satélites — frequentemente limitados pela cobertura, precisão e custos elevados —, o Pyri oferece uma solução eficaz e acessível, adequada para uma implantação extensiva, mesmo em locais remotos”, afirmou.

A par disto, é fácil de instalar, não requer manutenção e, acima de tudo, é uma solução de baixo custo. "Não há ideias ou conceitos semelhantes ao Pyri no mercado”, acrescentou Richard.

Mas para esta tecnologia chegar ao mercado são precisos mais testes. De acordo com a Deezen, a equipa já testou a cera e o carvão individualmente, mas precisa agora de integrar todos os materiais no protótipo da pinha e testá-lo num ambiente de fogo controlado.

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