Futsal: Portugal pronto para “manter o nível” e defender o título mundial

Campeonato do Mundo arranca no sábado, no Uzbequistão, com o Brasil, a Espanha e a Argentina (entre outros) a tentarem destronar o campeão, que se estreia na segunda-feira.

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Momento do treino da selecção portuguesa, com Jorge Braz ao fundo FPF
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Haverá 12 mil lugares nas bancadas da Humo Arena à espera de público quando Portugal entrar na quadra para se estrear no Mundial de 2024 de futsal, que hoje arranca no Uzbequistão, com um Croácia-Tailândia. A 10.ª edição do torneio conta com 24 selecções de seis confederações, mas só uma irá defender o título conquistado em 2021, um ano mais tarde do que o previsto por causa da pandemia de covid: a portuguesa. O objectivo para o grupo comandado por Jorge Braz passa, por isso, por “manter o nível”.

Portugal iniciará a caminhada somente na segunda-feira, diante do Panamá (13h30), num Grupo E que conta ainda com Tajiquistão e Marrocos. E fá-lo-á com o estatuto de campeão mundial, graças ao triunfo na Lituânia, onde soube capitalizar a primeira presença de sempre na final da prova. Um resultado que traz motivação, naturalmente, mas também responsabilidade acrescida.

“Estamos com enorme vontade que isto se inicie. Estamos mortinhos que se inicie a festa, porque já nos preparámos bastante para ela. Não vai ser preciso qualquer incentivo a ligar o ‘chip’. Quando for para se iniciar a competição, vamos estar prontos, com enorme vontade, ambição e confiança”, declarou Jorge Braz, treinador que leva mais de uma década ao comando da selecção. “É mantermo-nos neste nível, não só estar nas decisões, mas vencê-las”, acrescentou, já em Tashkent.

Ao longo deste ano, Portugal ganhou oito jogos, mas nenhum dos últimos três — perdeu um no Torneio Internacional de Viseu (3-6 com a Ucrânia) e empatou os dois seguintes, de preparação, diante do Paraguai (2-2 e 1-1), no início do mês. É verdade que, nesta primeira fase do Mundial, o nível não será muito elevado e que a qualificação para os oitavos-de-final será quase uma formalidade, porque se apuram os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros. Mas a partir daí a exigência vai crescer.

Pela história, pelo palmarés e pela qualidade intrínseca das equipas, a Portugal juntam-se o Brasil (cinco títulos), a Espanha (dois) e a Argentina (um, com presença consecutiva nas duas últimas finais) como cabeças-de-cartaz na corrida ao troféu, mas o Irão, que tem crescido na modalidade, e a Ucrânia (6.ª do ranking) espreitarão uma oportunidade para uma surpresa.

Em sentido contrário tem caminhado a Itália que, depois de dois terceiros lugares (2008 e 2012) — e, já agora, dois títulos de campeã da Europa —, falha pela segunda vez consecutiva a presença na fase final do Campeonato do Mundo.

Interessante neste torneio será acompanhar a carreira do estreante Afeganistão, que afastou o Iraque e o Quirguistão no play-off de apuramento e conta nas suas fileiras com o mais jovem dos 336 jogadores da prova, Mehran Gholami. Mas não será o único a pisar o palco de um Mundial pela primeira vez: a França, a Nova Zelândia e o Tajiquistão também integram o grupo dos novatos.

Para Portugal, o essencial é concentrar-se naquilo que pode fazer pelos próprios meios. “Estamos cá, essencialmente preocupados connosco para continuar o nosso percurso. Subimos até este patamar e queremos manter-nos cá. É muito importante fazer as coisas simples bem feitas”, alerta Jorge Braz, que não se cansa de exaltar “a criatividade do jogador português” e de destacar “a forma organizada” como os portugueses pensam o jogo.

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