Algarve e Oeste registam em Julho o menor crescimento nas receitas com hóspedes

Abrandamento na subida dos proveitos foi mais evidente nestas duas regiões, com o Algarve a perder turistas nacionais. Oeste teve a única descida nas dormidas.

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Algarve perdeu hóspedes nacionais no mês de Julho Duarte Drago
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Os proveitos totais dos estabelecimentos turísticos atingiram os 803 milhões de euros em Julho, mais 7,2% face a idêntico período de 2023, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE.

“O crescimento dos proveitos totais manteve a trajectória de abrandamento em Julho”, refere o INE, depois das subidas de 12,7% no mês anterior e dos 15,3% de Maio, “reflectindo o abrandamento do crescimento do total de dormidas nos últimos dois meses”.

A taxa de crescimento mais baixa registou-se na zona do Oeste e Vale do Tejo, que subiu 3% (para 23,6 milhões) e no Algarve, que cresceu 4% (para 279,6 milhões, o valor absoluto mais elevado entre as várias regiões).

Em sentido contrário estiveram os Açores e a Madeira, com crescimento de 19% e de 15%, respectivamente, chegando aos 35 milhões e aos 80 milhões de euros de proveitos totais em Julho.

Ao todo houve uma subida de 1,5% no número de hóspedes em termos homólogos, atingindo os 3,2 milhões, mas o impulso veio dos estrangeiros, com mais 4,6%, já que se registou no caso dos turistas residentes um decréscimo de 3,4%. Isto indicia ou que houve menos portugueses a passar férias em alojamentos de turismo no mês em análise, ou que optaram por ir para o estrangeiro.

A Madeira teve uma diminuição de 14% no número de hóspedes residentes em Portugal, seguindo-se o Algarve e o Oeste, com menos 6% (mesmo assim, o Algarve foi o principal destino, com 197 mil hóspedes). A área da Grande Lisboa foi a única que teve um crescimento no número de turistas nacionais, com mais 1% face a Julho de 2023.

Apesar de ter registado um ligeiro crescimento no número de turistas estrangeiros, com o número de hóspedes não residentes a subir 0,6%, para os 454 mil (abaixo dos 622 mil de Lisboa), a retirada dos nacionais fez com que houvesse uma quebra global de 1,6%, só superada pela descida do Oeste, com menos 3,5%. Também a Madeira registou uma descida global, com menos 0,7% hóspedes.

Olhando para o número de dormidas, no entanto, apenas o Oeste teve uma redução, ligeira, de 0,4%. O impulso global veio dos estrangeiros, com mais 4,2% (chegando aos 6,3 milhões), já que houve um decréscimo nos residentes em Portugal, com menos 2,4% (para 2,7 milhões).

Todos os grandes mercados emissores (com destaque para o Reino Unido, Espanha, Alemanha e EUA) tiveram um crescimento no número de dormidas, à excepção da França, com um decréscimo de 4%.

De acordo com os dados do INE (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de dez camas), o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) “situou-se em 96,4 euros (mais 5,4%)”, com o Algarve no topo, com 133,4 euros), seguindo-se a Grande Lisboa com 121,5 euros. Já o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 144,9 euros (mais 6,1%)”. “O ADR voltou a atingir os valores mais elevados no Algarve”, diz o INE, chegando aos 181,5 euros; e na Grande Lisboa, onde foi aos 160,8 euros.

Analisando os primeiros sete meses, os proveitos totais subiram 11,1%, face ao mesmo período de 2023, para os 3,6 mil milhões de euros. O número de hóspedes cresceu 4,9%, para 17,5 milhões (principalmente devido aos estrangeiros), e as dormidas subiram 4,1%, para 44,5 milhões.

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