A noite foi dela: Taylor Swift levou para casa sete prémios nos MTV Video Music Awards, nesta quarta-feira, em Nova Iorque. Foi a quinta vitória consecutiva enquanto melhor vídeo musical do ano, desta vez com Fortnight. Mas a protagonista do serão deixou outras mulheres brilharem e dançou ao som de Katy Perry e Karol G. Eis os melhores momentos da cerimónia de prémios que se fez no feminino.
A superpremiada Taylor Swift
Já era a mais nomeada da noite com 12 indicações aos prémios de música e, como tal, Taylor Swift era a presença mais esperada na passadeira vermelha. Nem sempre a estrela arrisca nos coordenados escolhidos para as cerimónias de prémios, mas desta feita surpreendeu pelo estilo punk — a evocar a estética mais sombria de The Tortured Poets Department, o álbum nomeado nos VMA.
O conjunto usado por Swift acaba de sair da passerelle da colecção resort 2025 de Maria Grazia Chiuri para a Dior, apresentada na Escócia. Em padrão tartan, o corpete de tafetá foi combinado com uma saia do mesmo padrão e uns calções em veludo preto. O dramatismo reforçou-se com as luvas e as botas acima do joelho em pele.
Mais tarde, o visual seria substituído por um pequeno vestido de lantejoulas com que subiu ao palco para agradecer pelo melhor vídeo do ano ao lado de Post Malone, com quem faz o dueto. O vídeo foi realizado por Taylor Swift e aborda a temática da loucura, contando com a participação dos actores Ethan Hawke e Josh Charles.
No discurso de aceitação, agradeceu particularmente ao namorado, o futebolista Travis Kelce, que a apoiou durante a gravação do vídeo com uma pesada carga dramática. “O que se passa é que este vídeo — parece muito triste quando o vemos, mas na verdade foi o vídeo mais divertido de fazer”, começou por contar.
“Uma coisa de que me lembrarei sempre é que, quando acabava um take e dizia ‘corta’, ouvia sempre alguém a aplaudir do outro lado do estúdio onde estávamos a filmar, e essa pessoa era o meu namorado, Travis”, recordou. E elogiou: “Tudo o que este homem toca transforma-se em felicidade, diversão e magia.”
Mas Taylor Swift também adicionou diversão à noite dos VMA ao dançar freneticamente ao som da Katy Perry e de Karol G. Os vídeos partilhados nas redes sociais mostram a cantora divertida na plateia com a sua equipa a acompanhá-la. Travis Kelce não marcou presença por compromissos de trabalho.
A carreira de Katy Perry
A homenageada da noite foi Katy Perry, distinguida com o galardão Michael Jackson Video Vanguard Award pela carreira na música. A estatueta foi-lhe entregue pelo noivo, o actor Orlando Bloom, que levantou o véu sobre a história de amor de ambos. “Apaixonaram-se por ela como Katy Perry. Eu apaixonei-me por ela como Katheryn Hudson”, declarou. “Conhecem-na como uma superestrela mundial, que traz amor, luz e o seu sentido de humor único a cada canção, que escreve e a cada vídeo musical que cria. Eu conheço-a como mãe, como companheira, que traz esse mesmo amor e alegria à nossa família.”
E lembrou como a música de Perry “inspira gerações de todo o mundo” pela alegria que transmite. “Ela ama com todo o seu coração, e isso é irresistível. Vejo isso reflectido em todo o lado: na nossa casa, no amor que ela tem pelo seu trabalho, mas sobretudo no amor que ela tem pelos seus fãs”, elogiou, enquanto Katy Perry subia ao palco para o beijar apaixonadamente. “Obrigada ao Orlando por me manter com os pés na terra, por me celebrar e por lavar a loiça”, agradeceu, com humor.
O casal, que tem uma filha de 4 anos, Daisy, já tinha pisado a passadeira vermelha da cerimónia de mão dada. Perry usou um visual quase desfeito em linhas com saia e micro top da marca norte-americana Who Decides War. Nas costas a nu levava uma tatuagem temporária com um código QR para o pré-lançamento do novo álbum, 143.
Katy Perry foi ainda uma das artistas a subir ao palco. Durante nove minutos recordou alguns dos êxitos da sua carreira como Roar, ET, I Kissed a Girl, Carlifonia Gurls e I’m his, he’s mine.
Meghan Thee Stallion ou Britney Spears
A rapper Meghan Thee Stallion foi a anfitriã da noite e mudou de roupa nem mais, nem menos, do que sete vezes ao longo da cerimónia. Não que isso tenha sido uma surpresa, dado que, assim que foi anunciado que seria a apresentadora dos VMA, garantiu que o que mais a entusiasmava era poder “mudar de roupa 500 vezes”.
Na passadeira vermelha que antecedeu a entrega dos prémios, a cantora optou por um visual preto repleto de elegância, O vestido de corte sereia, assinado por Nicole + Felicia, com um corpete justo e transparência na região das ancas abria numa saia de tafetá. “Só queria parecer uma rapariga de verão, mas glamorosa e com um pouco de beleza negra. Sinto que estou a dar uma energia feminina negra”, reagiu à revista People.
Quando subiu ao palco, estava bem menos formal e evocou os Jogos Olímpicos com um maiô de ginástica repleto de cristais. E brincou com o facto de a peça ter sido “emprestada” por Simone Biles. “Eu só acrescentei algumas coisas”, garantiu. Depois, voltou à formalidade com um “voluptuoso” vestido vermelho de corte peculiar: a saia imitava um casaco.
Megan Thee Stallion paying homage to Britney Spears 2001 #VMAs performances look. pic.twitter.com/5OZnWuQGOD
— Female_RapAlert (@female_rapalert) September 12, 2024
Mas entre as sete mudanças de visual há uma que se destaca. A rapper recriou um dos visuais mais icónicos da história dos VMA, quando, em 2001, Britney Spears subiu ao palco para cantar I'm a slave 4 u com uma serpente a envolver-lhe o corpo quase despido — a usar apenas um top de biquíni e uns calções metálicos.
“Está bem! Pára a música, pára a música. Estou só a brincar, venham buscar esta cobra!”, pediu Meghan Thee Stallion, que desistiu rapidamente da imitação de Spears. Logo a seguir, subiu ao palco e cantou um medley com alguns dos seus êxitos, incluindo Mamushi.
A melhor latina: Anitta ou Karol G?
Pelo terceiro ano consecutivo, foi a brasileira Anitta a arrecadar o prémio de melhor vídeo de música latina com Mil Veces, ultrapassando nomes como Bad Bunny, Karol G, Myke Towers, Rauw Alejandro, Shakira e Cardi B. O videoclip do álbum Funk Generation conta com a participação do músico italiano Damiano David.
A cantora não escondeu a satisfação por vencer o prémio, dedicado especialmente aos fãs, que a apoiam “sempre”. Contudo, reconheceu que num “ano incrível para a cultura latina”, outra mulher foi igualmente bem-sucedida. “A Karol G também teve um ano incrível. Que digressão incrível que o mundo todo assistiu. Quero parabenizá-la.”
E depois agradeceu aos brasileiros por votarem para a sua vitória. “Quero agradecer ao meu país que me apoia sempre. Vocês são o motivo de eu estar aqui e voltar. Eu sei que o Brasil me apoia sempre. Estar aqui todos os anos e voltar é especial”, declarou.
Momentos antes, a cantora tinha subido ao palco para apresentar o novo single Paradise que conta com a participação de DJ Khaled e Fat Joe ao ritmo do funk carioca. Mas não foi a única latina no palco, com Karol G a protagonizar uma das performances mais partilhadas da noite com Si antes te hubiera conocido — apesar de não ter levado qualquer estatueta para casa.
Na passadeira vermelha, as duas distinguiram-se pela originalidade com a colombiana a usar um vestido amarelo com labaredas e a brasileira com uma criação da Dolce&Gabbana, que não só incluía um corpete branco com saia em organza, meias até à coxa, mas também um véu branco, digno de uma noiva.
Sabrina Carpenter e o extraterrestre
A música parece não sair das bocas do mundo e Espresso de Sabrina Carpenter consagrou-se como canção do ano nos VMA. Mas não é pelo prémio que a jovem cantora está a correr as redes sociais.
Durante a sua primeira performance de sempre nos VMA, onde cantou um medley de Espresso, Please please please e Taste, a cantora foi rodeada de vários extraterrestres, evocando a estética do videoclip de Taste, e, no final da canção, beijou longamente um deles.
Sabrina Carpenter making out with an alien during her performance at the #VMAs
— SabrinaUpdates (@charts_sabrina) September 12, 2024
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A artista norte-americana surgiu com um novo visual na passadeira vermelha com o volumoso cabelo loiro mais curto, inspirada por Madonna. A homenagem também se estendeu à roupa ao eleger um vestido vintage Bob Mackie repleto de contas prateadas que foi desenhado originalmente para a rainha da pop usar nos Óscares em 1991.
A criação tinha sido inspirada pelo visual de Marilyn Monroe em Os Homens Preferem as Loiras, contou à revista Vogue Alexis Novak, dona da Tab Vintage, que emprestou o vestido a Sabrina Carpenter. “Madonna ainda tem o vestido por medida que Bob Mackie fez para ela no seu arquivo, mas a outra peça de amostra é o [vestido] que penso que temos”, detalhou.
A nova estrela: Chappell Roan
Foi também a noite dos novos talentos com Chappell Roan a arrecadar a estatueta de Artista revelação frente a Gracie Adams e Tyla. Depois de cantar ao vivo o êxito Good luck, babe!, a jovem voltou a subir ao palco para agradecer à gravadora, à família, aos amigos, mas também aos “artistas drag e queer” que inspiram a cultura a pop e a sua música.
“Obrigada às pessoas que são fãs, que me ouvem, que me escutam quando partilho a minha alegria e os meus medos”, declarou a cantora, que já falou abertamente sobre a ansiedade que lhe traz o peso da fama. E dirigiu-se directamente à comunidade LGBTQI: “E para todos os miúdos queer do Midwest que nos estão a ver agora, eu vejo-vos. Compreendo-vos, porque sou uma de vocês, e nunca deixem que ninguém vos diga que não podem ser exactamente quem querem ser”.
Antes da cerimónia, na passadeira vermelha, a artista protagonizou um momento insólito ao discutir com um fotógrafo. De acordo com o Independent, Chappell Roan ter-se-á desentendido com profissional que a mandou calar e respondeu à letra. “Cala-te tu”, gritou.
Não se sabe o contexto da discussão, mas Chappell Roan seguiu caminho e posou para as câmaras a usar um visual de inspiração gótica, assinado pela Y/Project, que acompanhou com uma espada na mão.
Na galeria de imagens, acompanhe o desfile de celebridades na passadeira vermelha dos MTV Video Music Awards.