Ceramistas de todo o mundo reunidos em Alcobaça e nas Caldas

De 16 a 20 de Setembro, Alcobaça e Caldas recebem o 51.º Congresso Internacional de Cerâmica. Centenas de participantes, de meia centena de países, muito a aprender e a ver. E muito por onde passear.

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Alguns dos edifícios de Alcobaça e das Caldas da Rainha preservam nas suas fachadas azulejos já com várias décadas, num elogio à qualidade dos barros e argilas da região Alexandra Couto
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A redescoberta de Alcobaça e Caldas da Rainha surge a propósito de um evento de grande dimensão: após 50 edições em diferentes metrópoles do globo, o congresso bienal da Academia Internacional de Cerâmica realiza-se pela primeira vez em Portugal, numa organização conjunta dos dois municípios e da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica.

De 14 a 20 de Setembro, Alcobaça e Caldas transformam-se assim num único destino para os cerca de 300 participantes de 50 países esperados na iniciativa, que reunirá não só criadores e investigadores ligados ao universo artístico em causa, mas também, galeristas, dirigentes museológicos e decisores políticos.

O tema a abordar em 2024 é A Cerâmica no Mundo Mediterrânico: da Antiguidade à Contemporaneidade, e, além das apresentações em sala, motiva um denso programa de actividades paralelas, que envolve visitas a ateliers, fábricas e museus — disponíveis todo o ano — e também duas grandes exposições, patentes apenas alguns meses.

Uma dessas mostras é a que reúne obras de 45 membros da própria Academia Internacional de Cerâmica: está até 31 de Dezembro no Armazém das Artes, em Alcobaça, e, sob o título A Cerâmica Mediterrânea e sua influência global, é descrita como “uma rara oportunidade para contactar com um conjunto multifacetado de obras de grande qualidade artística face ao que hoje se produz no domínio da cerâmica de design internacional”.

Duas outras exposições ficam disponíveis até 2 de Março no mesmo local, fundado por José Aurélio: a retrospectiva sobre a obra desse escultor, que trabalhou em diversos suportes artísticos, mas teve na cerâmica o único domínio a que dedicou uma década de exclusividade, e a mostra Pratos de Guerra, Pratos de Paz, com peças que a empresa Olaria de Alcobaça criou durante a II Grande Guerra com mensagens sobre os avanços dos Aliados. Esses pratos foram distribuídos de modo algo clandestino e estabelecem agora um diálogo com peças de idêntico formato por autores contemporâneos, também sob sobre o eterno desejo de paz.

Já nas Caldas, até 11 de Novembro, o Centro de Artes exibe uma selecção dos criadores locais mais importantes dos últimos 50 anos e, até 30 do mesmo mês, o Centro Cultural e de Congressos apresenta Cerâmica Portuguesa Contemporânea, produzida pelos mais recentes membros lusos da Academia Internacional.

Faça o passeio sob o mote da cerâmica pelas Caldas e Alcobaça na Fugas.

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