Manning Fireworks, de MJ Lenderman: retratos empáticos de homens tristes
Ancorado numa excelente relação com a palavra e numa imaculada fusão da country alternativa com o indie rock dos anos 1990, MJ Lenderman põe-nos a rir de uma série de homens e a sofrer com eles.
O mundo de Manning Fireworks, o novo disco do jovem norte-americano MJ Lenderman, é um mundo de homens tristes. Homens desesperadamente sozinhos para quem o tempo demora demasiado a passar e que tentam fazer descer o esperma que ameaça entupir o ralo do chuveiro, num quarto de hotel que parece demasiado grande para uma só pessoa — deve ser para acolher aquela solidão toda. Homens forçados a aceitar que estão prestes a perder a sua companheira — e a entrar numa crise de meia-idade que esfrega as mãos enquanto aguarda a sua chegada. Homens que vão de cara contra os seus cereais, perdendo a consciência após uma noite de excessos a mais e discernimento a menos. Homens que se gabam da sua casa flutuante e do seu relógio inteligente — e que não têm ninguém com quem partilhar tanto luxo.
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