Forças de segurança da Venezuela cercam embaixada da Argentina e cortam-lhe a energia

Seis dirigentes da campanha da oposição liderada por Maria Corina Machado estão refugiados no interior das instalações, que se encontra sob a tutela diplomática do Brasil desde 1 de Agosto.

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A embaixada da Argentina tem estado sob custódia diplomática do Brasil desde 1 de Agosto DR
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Um grupo de homens armados e encapuzados pertencentes às forças de segurança venezuelanas mantém cercada, desde a última madrugada, a residência da embaixada da Argentina em Caracas, onde se encontram refugiados seis dirigentes do Comando Com Venezuela, oposição ao regime de Nicolás Maduro.

A embaixada da Argentina encontrava-se sob tutela diplomática do Brasil desde 1 de Agosto, quando as autoridades venezuelanas expulsaram o embaixador de Buenos Aires e de outros seis países latino-americanos. De acordo com a CNN Brasil, o Governo de Maduro cancelou já este sábado a autorização para que a embaixada da Argentina em Caracas mantenha a custódia do Brasil.

A informação foi confirmada à CNN por membros da oposição venezuelana e por diplomatas brasileiros, que acrescentaram que o Governo de Brasília foi informado dessa decisão de Caracas por fontes não-oficiais.

No entanto, o Brasil continua a assegurar a representação dos interesses da Argentina, segundo uma informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros citada por um dos refugiados na embaixada e dirigente do Comando com Venezuela, Pedro Urruchurtu.

"Se a Venezuela quer revogar a sua autorização, tem que esperar a que se defina um país substituto. Entretanto, continuamos a assumir essa responsabilidade", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, citado por vários órgãos de comunicação social.

O receio agora é que esta revogação de Caracas sirva para entrar na embaixada e deter os refugiados que estão sob custódia do Brasil. “Estamos consternados com o que está a acontecer, a possível incursão e tomada da embaixada argentina, que neste momento está sob a bandeira do Brasil . (...). Este é um apelo a toda a comunidade internacional, a todos os venezuelanos, para resistirem a esta brutalidade do regime absolutamente autoritário e ditatorial de Maduro”, disse a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, aos jornalistas.

A tensão política entre vários países da América Latina devido ao processo eleitoral na Venezuela está muito elevada, mesmo entre governos que lhe eram próximos, como o Brasil, Colômbia e México.

Na sexta-feira, o Governo da Argentina emitiu um comunicado solicitando ao Tribunal Penal Internacional uma “ordem de prisão contra Maduro e outros líderes do regime venezuelano”. O mesmo fizeram três dezenas de ex-Presidentes da América Latina e de Espanha apresentaram uma carta em Haia na qual pediam emissão de mandados de prisão contra Maduro e o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, recentemente nomeado ministro do Interior e da Justiça.

Entre os signatários estão ainda os ex-presidentes do governo de Espanha Felipe González, José María Aznar e Mariano Rajoy, além dos colombianos Álvaro Uribe e Iván Duque, do argentino Mauricio Macri, do mexicano Vicente Fox ou do boliviano Carlos Mesa.

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