Violência na AG custou 1,5 milhões em receitas e oportunidades de negócio, alega FC Porto

Portistas pedem cinco milhões de indeminização no âmbito da Operação Pretoriano, alegando danos reputacionais e perda de capacidade negocial após incidentes de violência e agressões a sócios.

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Assembleia-geral de 13 de Novembro foi marcada por confrontos Nelson Garrido
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O FC Porto alega que a violência da Assembleia Geral (AG) extraordinária de 13 de Novembro custou aos cofres do clube 1,5 milhões de euros em receitas e oportunidades de negócio. Os portistas entraram com um pedido de indemnização civil no valor de cinco milhões aos arguidos da Operação Pretoriano, processo consultado pelo PÚBLICO. Apesar de esta vontade dos "dragões" ter sido já noticiada, ainda não eram conhecidos os fundamentos nem a divisão das verbas que compõem os 5.005.700 euros totais deste pedido de indemnização.

A queixa apresentada divide-se em duas partes e faz sua a prova indicada pelo Ministério Público na acusação. Os danos patrimoniais contabilizam "apenas" 5700 euros do total de cinco milhões. O FC Porto começa por apontar o valor das garrafas furtadas dos bares do pavilhão Dragão Arena, local onde decorreu a AG. Algumas destas garrafas foram arremessadas nos momentos de maior tensão, ferindo inclusivamente um sócio "azul e branco" atingido na cara. Nesta rubrica, os portistas contam 200 euros de prejuízo. É ainda somada a esta verba o custo com segurança para a nova data da assembleia, num total de 5500 euros.

A grande fatia dos cinco milhões exigidos pelos "dragões" prende-se com danos não patrimoniais. Fazendo uma listagem de notícias não só nacionais mas também de jornais estrangeiros, os portistas dizem que os incidentes de violência da AG foram nocivos para a "imagem, bom nome, credibilidade e integridade moral" do clube.

O clube avança uma perda de 1,5 milhões de euros em receitas e oportunidades de negócio, invocando também uma posição de desvantagem em negociação de contratos directamente ligada à violência na AG, um valor que deve ser dividido em igual parte por todos os 12 visados neste pedido de indemnização.

Mas não foi só para os agentes externos que os portistas consideram ter existido uma perda de confiança. A nova administração liga os incidentes de violência a uma "perda de confiança de sócios, adeptos, simpatizantes e público em geral", tendo desenhado uma estratégia de marketing para restaurar a relação.

Nos últimos meses, o FC Porto tem desenvolvido acções que servem para premiar sócios [a iniciativa lucky fan], tendo também apostado na estratégia de divulgação da marca em eventos na cidade e festivais de Verão. Esta reconciliação deve ser, na opinião dos "dragões", suportada pelos arguidos da Operação Pretoriano, pedindo-se um milhão de euros nesta alínea.

No total, o valor da indemnização pedida ultrapassa os cinco milhões de euros. Neste momento, decorre uma auditoria interna relativa a eventuais perdas de bilhética associadas à claque Super Dragões. Fernando Madureira, ex-líder, e a mulher Sandra são ainda investigados no âmbito da Operação Bilhete Dourado, processo em que se analisa um alegado esquema de venda de bilhetes.

Fernando, Sandra Madureira e outros dez arguidos estão acusados de 31 crimes, dos quais 19 de coacção agravada, no âmbito da Operação Pretoriano.

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