Inglaterra venceu a Rep. Irlanda e seleccionador interino não cantou o hino

Inglaterra vence em Dublin primeiro jogo no segundo escalão da Liga das Nações. Alemanha imperial, Países Baixos ainda tremeu com a Bósnia Herzegovina.

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Declan Rice e Jack Grealish marcaram por Inglaterra em Dublin Damien Eagers / REUTERS
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A selecção de Inglaterra, finalista vencida no Campeonato da Europa de 2020 (Itália) e 2024 (Espanha), regressou, este sábado, em pleno, com um triunfo sólido (0-2), em Dublin, frente à rival República da Irlanda... no primeiro jogo oficial dos ingleses em solo irlandês desde 1990 e, não menos relevante, do próprio seleccionador, Lee Carsley, como sucessor de Gareth Southgate.

Tudo numa rara tarde de sol, repleta de motivos de interesse e também de polémicas, como a que envolveu o seleccionador interino dos “três leões” — campeão europeu com os sub-21, em 2023 —, que disse frontalmente não estar na disposição de cantar o hino, algo que nunca fez desde que assumiu, em 2019, o comando técnico dos sub-21.

Com uma diferença substancial: o ruído de fundo que se torna insustentável quando se chega ao patamar mais alto, onde o escrutínio dos tablóides é implacável.

Com 50 anos e 40 internacionalizações pela República da Irlanda — apesar de ter nascido em Birmingham (centro da revolução industrial em Inglaterra) —, Lee Carsley foi fiel aos seus princípios e manteve-se em silêncio enquanto o Aviva Stadium (palco da final da última edição da Liga Europa) não dava tréguas ao “God save de king”, acompanhado de início a fim de um ensurdecedor coro de assobios.

O regresso das serpentes

Tal como o sucessor de Southgate, a dupla nacionalidade é algo comum entre os jogadores, como Declan Rice (Arsenal) e Jack Grealish (Manchester City), os autores dos golos no triunfo de Inglaterra na estreia nesta segunda divisão da Liga das Nações. Sim, não há engano: Inglaterra foi despromovida à Liga B da competição, pelo que só lhe resta vencer o Grupo 2, que integra ainda Finlândia e Grécia, objectivo que parece bem encaminhado.

Mas voltemos a Rice e Grealish, os dois principais alvos da ira dos irlandeses — recebidos com frases como “as serpentes estão de volta” —, tendo Jude Bellingham (também com dupla nacionalidade) escapado ao falhar a convocatória, por lesão.

Rice representou a República da Irlanda tanto nas selecções jovens quanto na principal, tendo em 2019 optado por Inglaterra; Grealish somou seis internacionalizações pelos sub-21 irlandeses antes de escolher a camisola dos “três leões”.

Ironicamente, o resultado foi construído com golos que constituem uma dupla “traição”. Rice (11’) não festejou, mas Grealish (26’) tinha mais razões para vibrar e vincar a “injustiça” de não ter sido convocado para o Alemanha 2024.

O jogo teve ainda o regresso de Harry Maguire e a estreia de Angel Gomes, filho do português Gil (campeão do Mundo sub-20 em 1991). Angel, que actua no Lille (França) e representou o Boavista em 2020/21, depois de dez anos na formação do Manchester United, coincidiu com Lee Carsley nos sub-21 ingleses, tal como Morgan Gibbs-White, que também se estreou.

Alemanha goleia Hungria

Na Liga A, as atenções voltaram-se para o Alemanha-Hungria (5-0) e para o Países Baixos-Bósnia e Herzegovina (5-2), no Grupo 3.

A “mannschaft” cilindrou a selecção “magiar” com golos de Fullkrug (27’), Musiala (58’). Wirtz (66’), Pavlovic (77’) e Havertz (81’, g.p.) num jogo em que a Hungria se desintegrou depois do 2-0.

Mais discutido foi o duelo de Eindhoven, com Dzeko (73’) a semear a desconfiança ao reduzir para 3-2, depois dos golos de Zirkzee (13’), Reijnders (45+2’) e Gakpo (56’), a que Demirovic (27’) tinha respondido. Weghorst (88’) e Simons (90+2’) acabaram com as dúvidas ao cair do pano. Uma menção para a Geórgia, na Liga B, que goleou a Rep. Checa (4-1), depois do duelo no Euro 2024.

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