“Colocou as mãos nas minhas partes íntimas”, diz professora sobre Sílvio Almeida

A professora Isabel Rodrigues diz que o ministro de Direitos Humanos do Governo Lula tocou as partes íntimas dela, sem consentimento, durante almoço na presença de várias pessoas.

Foto
Professora acusa o ministro de Direitos Humanos do Brasil de colocar as mãos nas partes íntimas dela sem autorização DR
Ouça este artigo
00:00
02:29

Os artigos escritos pela equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou IOS.

Uma professora e candidata pelo PSB à Câmara Municipal de Santo André, no ABC paulista, publicou um vídeo nesta sexta-feira (6) em que acusa Silvio Almeida de tê-la tocado sem consentimento durante um almoço na presença de outras pessoas, em 2019, antes de ele se tornar ministro dos Direitos Humanos do governo Lula (PT).

"Eu sentei do lado do Silvio. Ele estava do lado direito eu do lado esquerdo. Eu estava de saia. Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas com vontade", disse Isabel Rodrigues, em vídeo publicado no Instagram.

O abuso, segundo ela, teria ocorrido durante um almoço na praça da República, no centro de São Paulo, no intervalo de um curso sobre necropolítica em que Silvio Almeida era um dos palestrantes.

O episódio foi relatado por Isabel após Silvio Almeida ser alvo de denúncias de assédio recolhidas pela ONG Me Too Brasil e reveladas pelo portal Metrópoles. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

"Você esta louca"

O Ministério dos Direitos Humanos foi procurado, mas não enviou posicionamento oficial até a publicação desta reportagem. Almeida repudiou na quinta (5/9) as acusações anteriores de assédio e disse serem ilações e mentiras.

Isabel afirmou em seu vídeo ter ligado para Almeida para confrontá-lo sobre o caso. "Você está louca, Isabel", ele teria dito, segundo ela. "Quantas vezes nos encontramos e não aconteceu nada?". Depois, ainda segundo a professora, Almeida teria dito que estava mal e que conversaria com uma terapeuta "por ter feito mal a uma amiga de quem gostava muito".

Em entrevista a uma rádio goiana nesta sexta, Lula disse que "alguém que comete assédio não vai ficar no governo".

"O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender", afirmou o presidente.

A avaliação de ministros ouvidos pela Folha é a de que o titular da pasta de Direitos Humanos será demitido.

Almeida negou acusações anteriores em nota divulgada na quinta. "Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim", diz o texto. "Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país"."

Sugerir correcção
Comentar