Caro leitor

A newsletter Educação do PÚBLICO está de regresso depois de uma pausa nas férias lectivas. De acordo com o calendário oficial, o regresso à escola, no ensino não superior, faz-se a partir de dia 12. A uma semana do tiro de partida o tema é o mesmo que tem marcado a agenda educativa nos últimos meses, em Portugal e um pouco por toda a Europa: os professores que faltam.

Trabalham na União Europeia mais de 5,2 milhões de professores, segundo os dados oficiais mais recentes. Fazem parte de 27 sistemas educativos muito distintos mas com este problema comum: pelo menos em 24 Estados-membros faltam profissionais para ensinar as crianças e os jovens da União Europeia e os que vêm de fora da União e a escolhem como casa.

Se quer ter noção do cenário, há uma ferramenta interessante no site da Comissão Europeia: este mapa mostra que em 2023 a maioria dos Estados-membros reportaram ter problemas relacionados com a escassez de professores. De Espanha à Suécia debate-se como resolver as aulas que ficam por dar; a qualidade da preparação dos professores a que é preciso recorrer para as assegurar; a dificuldade de competir com as empresas na disputa por profissionais nas áreas das tecnologias, matemáticas e ciências – não é nas escolas que os diplomados destas áreas conseguem as remunerações melhores e as melhores perspectivas de progressão.

Alguns excertos da informação que encontra no mapa:

França: “De acordo com um estudo nacional de 2022 sobre bem-estar no trabalho, os professores estão, em média, menos satisfeitos com os seus empregos do que outros profissionais franceses. Estão particularmente insatisfeitos com suas oportunidades de desenvolvimento de carreira e salários. Metade deles relata um alto nível de exaustão relacionado com o trabalho” e, além disso, os seus salários “são inferiores aos salários de outros funcionários com ensino superior”.

Itália: “O sistema educativo italiano debate-se com uma escassez de professores qualificados. Nos últimos anos, apenas metade dos lugares vagos disponíveis no início de cada ano lectivo puderam ser preenchidos com nomeações permanentes.”

Alemanha: O país continua a enfrentar graves carências, especialmente na primeira infância. Emprega actualmente 2,6 milhões de pessoas no sector da educação, mas as necessidades continuam a aumentar. “As escolas enfrentam uma grave falta de professores, especialmente nas disciplinas STEM – computação, tecnologia e ciência.” A Alemanha é o segundo país da UE com os salários de entrada na carreira mais elevados.

Soa a familiar? Pode explorar melhor o mapa e os indicadores, incluindo os salários dos professores em cada país e outras informações sobre o estatuto dos docentes em cada um.

Para a semana voltamos, com um ponto de situação completo sobre o estado das medidas que o Governo anunciou para minimizar as falhas nos horários dos alunos. O primeiro-ministro já disse que o problema não se resolve de um dia para o outro.

Até lá

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