Portugal vence e Cristiano Ronaldo chegou aos 900 golos
A selecção nacional bateu a Croácia no primeiro jogo da Liga das Nações, com o “capitão” a chegar a um número histórico de golos.
Portugal entrou com um triunfo importante no arranque da Liga das Nações, batendo a Croácia por 2-1, com golos de Dalot e Ronaldo, posicionando-se da melhor forma no Grupo A1, que apura para os quartos-de-final os dois primeiros classificados.
Inspirado no equipamento, Cristiano Ronaldo deu mais uma pincelada na obra-prima do maior goleador da história do futebol, colocando o 900.º "azulejo" num painel pintado a golos.
Roberto Martínez surpreendeu quando anunciou o "onze" inicial, de que não constava nenhum médio defensivo, surgindo antes o ala Pedro Neto — jogador entre os titulares com menos minutos de competição.
Nesse momento ganhou força a narrativa de uma selecção portuguesa empenhada em mandar na bola, precisamente o que não tinha conseguido no jogo de preparação para o Europeu que perdeu no Jamor frente aos croatas, confiando essa missão a homens exímios na arte de "esconder o couro", como Vitinha, Bruno Fernandes e Bernardo Silva.
Uma opção com riscos associados, mas que Portugal procurou reduzir ao transformar Pedro Neto num engodo, ficando o extremo de guarda ao corredor enquanto Diogo Dalot se aventurava em terrenos mais adiantados.
E foram precisamente duas diagonais de Dalot a denunciarem o desconforto de uma Croácia sustentada em dois blocos, com cinco defesas (três centrais apoiados por falsos laterais) e uma linha de quatro em que Modric avançava para apoiar Kramaric.
Da primeira resultou uma ameaça consumada com o remate de Bruno Fernandes para defesa de Livakovic. Na segunda, a dupla do Manchester United rompeu mesmo a barreira do som da Luz.
Bruno assistiu e Diogo fez o golo. Em apenas sete minutos, Portugal conseguia o primeiro objectivo, colocando-se na frente do marcador. Mas havia ainda outro passo fundamental a dar, sendo que a Croácia não é propriamente um adversário submisso ou resignado perante a primeira adversidade.
Modric e companhia fizeram questão de vincar esse traço de carácter e Portugal foi brevemente chamado a mostrar uma faceta menos inebriante e um pouco mais operária.
Apesar da declaração de intenções croata, Portugal voltou ao acelerador e Cristiano Ronaldo deixou, de imediato, a promessa de cravar o 900.º golo da carreira, número só ao alcance dos eleitos.
Indiferente à voracidade do “capitão” português, Livakovic prolongou por mais uns instantes o jejum iniciado por Ronaldo no Alemanha 2024 com uma defesa de andebol. Mas o guarda-redes de José Mourinho nada pôde fazer quando Nuno Mendes cruzou para a finalização impecável (34’) de “El bicho”.
O Youtube implodia e Ronaldo até se esqueceu do festejo da praxe. Portugal era imenso, num suave azulejo, como no “Fado Tropical” de Chico Buarque, apesar de os números da noite indiciarem um equilíbrio que a Croácia reforçou com um autogolo de Diogo Dalot (41’) praticamente a caminho dos balneários, ainda com o estrondo da bola de Pedro Neto à barra da Croácia a ferir os tímpanos.
Em vantagem, Roberto Martínez repensou a estratégia e começou o segundo acto sem os alas Neto e Leão, equilibrando a equipa defensivamente com João Neves e Nelson Semedo. A Croácia já tinha mostrado as garras e era preciso evitar uma réplica.
Mas para uma gestão perfeita - até a pensar um pouco no jogo com a Escócia - faltava o conforto de uma almofada: um golo que Cristiano Ronaldo perseguiu, mas que Livakovic não autorizou, nem ao "capitão" nem a Bruno Fernandes, os mais empenhados.
Os croatas também não desarmavam no ataque, construindo situações suficientes para evitar a derrota depois de um Europeu de má memória, em que a equipa de Dalic não passou da fase de grupos.
E foi já com o acumular do cansaço dos nervos que Portugal acabou por selar um triunfo sofrido na parte final, aligeirado pelo regresso de Pedro Gonçalves à selecção.