Jack Draper nas pisadas de Andy Murray

Jannik Sinner venceu Daniil Medvedev e reforça favoritismo no US Open.

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Jack Draper Mike Segar / REUTERS
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Ocupa o pior lugar no ranking e é o mais novo entre todos os quarto-finalistas do US Open, mas não foi isso a impedir Jack Draper de chegar às meias-finais sem ceder qualquer set. O tenista de 22 anos não é um total desconhecido, pois já esteve entre os 16 melhores do major norte-americano em 2022, só que as lesões têm impedido resultados mais consistentes. Regressado a Nova Iorque mais experiente, confiante e no topo da forma física, Draper é agora o primeiro britânico a chegar a esta fase do US Open desde que Andy Murray conquistou o título em 2012.

“Cheguei aqui sentindo-me um jogador mais completo. No passado, sempre me preocupei um pouco em jogar cinco sets e se, mental e emocionalmente, era demasiado para mim e pensei: 'será que sou suficiente bom para enfrentar os melhores jogadores do mundo à melhor de cinco sets”, admitiu Draper (25.º) após vencer o primeiro embate com um cabeça de série no torneio, Alex de Minaur (10.º), por 6-3, 7-5 e 6-2.

Draper foi finalista do torneio júnior de Wimbledon em 2018 e, três anos mais tarde roubou um set de Novak Djokovic na sua estreia no major britânico, aos 19 anos. A experiência de jogar no court central do All England Club e os passeios matinais que dá no Arthur Ashe Stadium quando ainda está deserto, ajudaram-no na estreia na maior arena do mundo do ténis. Apoiado no forte serviço e direita, Draper ganhou 61,7% dos pontos decididos em menos de quatro pancadas nas cinco rondas que disputou e só concedeu três breaks, dois dos quais frente a De Minaur.

As lesões têm-no afectado e, durante 2023 passado, caiu do 42.º lugar para fora do top 100. Por outro lado, deram-lhe tempo para aprender com os melhores. “O ano passado foi um verdadeiro ponto de viragem para mim. Quando tive problemas com lesões, assisti a todos estes jovens jogadores incríveis a vencer grandes torneios e a jogar nos maiores palcos do mundo. Senti que não estava a fazer o suficiente para chegar a esse ponto”, admitiu.

O esquerdino britânico começou esta época com uma final em Adelaide e, em Junho, obteve o primeiro título ATP, em Estugarda, antes de vencer Carlos Alcaraz no torneio de Queen’s. Este Verão, chegou aos quartos-de-final do Masters 1000 de Cincinnati, depois de derrotar Stefanos Tsitsipas.

Draper vai agora defrontar um grande amigo seu e um ano mais velho, Jannik Sinner, que ultrapassou o único campeão do US Open ainda em prova, Daniil Medvedev (5.º), por 6-2, 1-6, 6-1 e 6-4.

“Sinto que ainda tenho muita coisa no meu ‘cacifo’. Dá-me muita tranquilidade saber que o meu corpo se sente bem ou robusto e que estou pronto para ir até ao fim se necessário”, avisou Draper. A vitória no único duelo anterior, no Queen’s de 2021, quando estava fora do top 300, foi a primeira de Draper no circuito principal.

Sinner é o primeiro italiano desde 1973 a atingir as meias-finais em três torneios do Grand Slam no mesmo ano e juntou-se a Novak Djokovic, Rafael Nadal e Marin Cilic como os únicos tenistas no activo que já disputaram as meias-finais em todos os quatro majors.

Antes, Jessica Pegula (6.ª) logrou, aos 30 anos e na sétima tentativa, passar os quartos-de-final num major, ao eliminar Iga Swiatek, por 6-2, 6-4. Os 41 erros não forçados da líder do ranking deram o empurrão necessário a Pegula e pela primeira vez, desde 2003, vão estar dois tenistas dos EUA nas meias-finais masculinas e outros dois nas femininas, marcadas para a noite de quinta-feira.

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