Após mais de um século debaixo de água, o Titanic perdeu uma parte da sua icónica proa

Durante uma expedição da empresa RMS Titanic, dois robôs subaquáticos realizaram vários mergulhos e captaram mais de dois milhões de imagens e 24 horas de filmagens dos destroços do navio.

Foto
Uma parte do corrimão da proa do Titanic desmoronou RMS Titanic/X
Ouça este artigo
00:00
03:33

A imagem de Jack e Rose, de braços abertos, numa cena do filme Titanic imortalizou a proa do navio com o mesmo nome, que se afundou em Abril de 1912, depois de embater num icebergue. Mais de cem anos se passaram desde o naufrágio e o Titanic permanece nas profundezas do oceano Atlântico, com uma expedição recente a divulgar novas imagens do estado de deterioração do navio.

Comecemos pela má notícia: uma parte da icónica proa cedeu. Agora, a boa: uma estátua de bronze que decorava o salão principal do Titanic e que se julgava perdida nos confins do oceano foi localizada.

Durante a expedição, realizada em Julho e Agosto deste ano pela empresa RMS Titanic, dois robôs subaquáticos (veículos operados remotamente) realizaram vários mergulhos e captaram mais de dois milhões de imagens e 24 horas de filmagens de alta-definição dos destroços do navio.

A agência Lusa destaca que a RMS Titanic, empresa com sede no Estado norte-americano da Geórgia que detém os direitos legais do naufrágio que ocorreu há 112 anos, não fazia uma expedição ao local desde 2010.

As imagens mostram que uma parte do corrimão da proa desmoronou, tendo caído para o fundo do mar. A RMS Titanic acredita que tal terá acontecido nos últimos dois anos, uma vez que uma expedição de 2022 levada a cabo pela empresa Magellan e pelos documentaristas da Atlantic Productions confirmou que o corrimão ainda estava inteiro (embora mostrasse já sinais de começar a ceder), destaca a BBC.

Mas esta não é a única parte do navio – que se encontra a 3800 metros de profundidade – que se tem vindo a deteriorar. Segundo a estação britânica, a estrutura metálica do navio está a ser corroída por micróbios.

“Diana de Versalhes”

A equipa anunciou também a descoberta de um artefacto que julgava estar perdido nos confins do mar: uma estátua de bronze, chamada “Diana de Versalhes”, que estava em exposição na sala de estar destinada aos passageiros da primeira classe do Titanic.

Em 1986, esta estátua, com 60 centímetros de altura, foi avistada e fotografada pelo oceanógrafo Robert Ballard, que tinha começado a explorar os destroços do Titanic um ano antes. Porém, nas décadas que se seguiram, ninguém voltou a localizar a estátua. Até agora.

Quase quatro décadas depois de ter sido avistada por Robert Ballard, a estátua de bronze foi redescoberta pela equipa da RMS Titanic (a única empresa legalmente autorizada a retirar objectos do local do naufrágio), deitada de barriga para cima nos sedimentos junto aos destroços do navio. “Foi como encontrar uma agulha num palheiro”, disse, citado pela BBC, James Penca, investigador e historiador do Titanic.

Ao longo dos últimos anos, a RMS Titanic já recuperou milhares de objectos dos destroços do Titanic – alguns dos quais estão em exposição em todo o mundo. Segundo a BBC, a empresa planeia regressar ao local no próximo ano para recuperar mais objectos, incluindo a estátua de bronze.

Nos próximos meses, espera-se que sejam divulgadas mais imagens da recente expedição aos destroços do Titanic, estando a RMS Titanic neste momento a rever cuidadosamente as filmagens para catalogar os objectos encontrados – eventualmente, destaca a BBC, a empresa irá mesmo criar um mapa 3D altamente detalhado de todo o local do naufrágio.

A expedição da RMS Titanic aconteceu numa altura, sublinha a Lusa, em que a Guarda Costeira dos EUA continua a investigar a implosão do Titan – um submersível experimental propriedade de uma empresa diferente, a OceanGate –, em Junho de 2023, que matou todas as cinco pessoas a bordo, incluindo Paul-Henri Nargeolet, ex-director de investigação subaquática da RMS Titanic.

Sugerir correcção
Comentar