Titan sofreu “implosão catastrófica”: Guarda Costeira confirma morte dos ocupantes

Submersível sofreu uma “implosão catastrófica”, revelou a Guarda Costeira dos EUA. Minutos antes, a empresa OceanGate, que explorava o submersível, confirmava a perda de todos os ocupantes.

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Reuters/OCEANGATE EXPEDITIONS
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A Guarda Costeira dos EUA confirmou a descoberta de destroços do submersível dado como desaparecido desde domingo no Atlântico Norte numa descida aos destroços do Titanic, com cinco pessoas a bordo. O Titan terá sofrido uma "implosão catastrófica".

O anúncio foi feito em Boston, nos Estados Unidos, numa conferência de imprensa cerca das 15h locais (20h em Portugal continental).

"Esta manhã, um ROV encontrou a parte traseira do submersível Titan perto dos destroços do Titanic", declarou o Almirante John Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, que afirmou que análises subsequentes confirmaram que os destroços pertencem ao submersível. Os destroços estavam a menos de 500 metros da proa do Titanic.

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Almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA Scott Eisen/Getty Images

Todos os ocupantes do submarino são dados como mortos, informou minutos antes a empresa que explorava o submersível, a OceanGate. "Cremos agora que o nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e o seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet morreram", declarou a empresa em comunicado.

"Notificámos as famílias imediatamente", disse também Mauger, responsável da Guarda Costeira norte-americana, que acrescentou que os EUA estão em contacto com os serviços consulares do Reino Unido e de França, país de origem de algumas das vítimas. Seguiam a bordo um norte-americano, um francês, um britânico e dois britânico-paquistaneses. Tirando o piloto, cada ocupante terá pago 250 mil dólares (cerca de 227 mil euros) pela viagem de exploração dos destroços do Titanic.

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O almirante afastou contudo o cenário de uma recuperação célere dos restos mortais das vítimas. "É um ambiente implacável", disse, em referência à elevada pressão subaquática e à profundidade a que os destroços do submersível se encontram.

Questionado sobre as causas da presumível implosão do Titan, Mauger afirmou ser "muito cedo" para uma resposta. O responsável afastou ainda qualquer relação entre os sons detectados durante as buscas e o cenário de implosão agora apresentado.

Desconhece-se também o momento exacto da implosão: se terá ocorrido logo no início do mergulho, ou horas ou dias após a perda de contacto com o submersível. O Titan tinha partido com 96 horas de oxigénio, e durante vários dias alimentou-se a esperança de um possível salvamento dos seus ocupantes.

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O Almirante Mauger agradeceu ainda o apoio internacional prestado durante uma operação de busca "muito complexa". Um navio francês, que transporta um robô para mergulho em águas profundas, chegou à zona de buscas na manhã desta quinta-feira, onde iria utilizar uma sonda para mapear com precisão o fundo do mar para que as buscas fossem mais direccionadas. Também o Reino Unido tinha mobilizado um submarino da Marinha e uma aeronave para a zona. Também Portugal colaborou na operação.

O Titan estava desaparecido desde domingo, tendo a OceanGate perdido o contacto com a embarcação logo uma hora e 45 minutos após o início do mergulho. Era suposto que emergisse sete horas depois. Naquele momento, o submersível estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, no Canadá, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto canadiano, citado pela agência norte-americana AP. O país colaborou desde o primeiro momento com os Estados Unidos nas operações de busca.

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