Pelo menos 12 migrantes mortos após naufrágio de embarcação no Canal da Mancha
Socorristas franceses resgataram 53 pessoas. Dez estarão em estado crítico.
Pelo menos 12 migrantes, incluindo três crianças, morreram esta terça-feira depois de a embarcação em que seguiam naufragado no Canal da Mancha, entre França e o Reino Unido. A notícia foi avançada pelo jornal La Voix du Nord e depois confirmada pelas entidades oficiais. Foram resgatadas 53 pessoas.
Um porta-voz da guarda costeira francesa avança que pelo menos 10 sobreviventes estão em estado crítico. A missão de resgate começou pelas 9h40 de Lisboa e ainda prossegue, segundo noticia a BBC.
Gérald Darmanin, ministro do Interior francês, avançou que a maioria dos ocupantes do barco de pequenas dimensões seriam mulheres oriundas do Corno de África (região que inclui países como a Somália, a Eritreia e a Etiópia).
O combate à imigração ilegal tem sido uma prioridade para os governos britânico e francês. Mais de 2.000 pessoas chegaram ao Reino Unido em pequenas embarcações nos últimos sete dias, de acordo com dados do governo britânico. Depois deste acidente, o número de mortos, em 2024, na travessia ilegal pelo Canal da Mancha sobe para 40.
No entanto, Darmanin confessou aos jornalistas presentes no local que os fundos que o Reino Unido enviou ao Governo francês para evitar estes cenários "cobrem apenas um terço daquilo que estamos a gastar", e assumiu ser necessário "restabelecer ligações" entre os executivos de Paris e Londres para lidar com a crise migratória.
Segundo a BBC, a marinha britânica não está envolvida nesta missão de busca e salvamento. Yvette Cooper, ministra do Interior britânica, lamentou o acidente e relembrou que a culpa é dos "bandos por trás deste terrível e insensível comércio de vidas humanas que têm vindo a amontoar cada vez mais pessoas em barcos cada vez menos resistentes, mesmo com mau tempo".
"O trabalho para desmantelar estes grupos criminosos e reforçar a segurança das fronteiras é vital e deve continuar”, acrescentou, citada pela televisão britânica.
Olivier Barbarin, presidente da localidade de Le Portel, também comentou o acidente, referindo-se a este como "catastrófico". Aproveitou, igualmente, para deixar uma palavra de apreço "para todas as forças de busca e salvamento, porque sem elas a catástrofe poderia ter sido ainda mais trágica", conforme citado pela Associated Press.
Na semana passada, o Presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer comprometeram-se a trabalhar em conjunto para desmantelar as rotas de tráfico de migrantes.
O Canal da Mancha é uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo e as correntes são fortes, tornando perigosa a travessia em pequenas embarcações. Em Agosto, duas pessoas foram encontradas mortas depois de uma embarcação que transportava migrantes ter encontrado dificuldades.