Pelo menos 51 pessoas mortas em ataque russo à cidade ucraniana de Poltava

O ataque com mísseis balísticos terá atingido um edifício militar em Poltava, no centro da Ucrânia.

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A região de Poltava tem sido alvo de ataques russos nos últimos dias STRINGER / REUTERS
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Pelo menos 51 pessoas morreram esta terça-feira num ataque russo à cidade de Poltava, no centro da Ucrânia, afirmou a Procuradoria-Geral da Ucrânia, citada pela BBC. Para além das vítimas mortais, 235 outras pessoas ficaram feridas, de acordo com o governador regional de Poltava Filip Pronin.

A notícia do ataque foi dada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky num vídeo publicado na rede social Telegram, no qual referiu que o ataque envolveu dois mísseis balísticos que atingiram e danificaram um edifício no Instituto Militar de Comunicações, instituição que tem uma delegação na cidade de Poltava.

Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, "um dos edifícios do instituto ficou parcialmente destruído e muitas pessoas ficaram presas debaixo dos escombros".

"Graças ao trabalho coordenado das equipas de salvamento e dos médicos, foram resgatadas 25 pessoas, 11 das quais foram libertadas dos escombros", escreveu o Ministério na aplicação Telegram, acrescentando que, "graças ao trabalho coordenado dos socorristas e dos médicos, foi possível salvar 25 pessoas, 11 das quais foram retiradas dos escombros".

Segundo o governador Filip Pronin, "cerca de 18 pessoas poderão ainda estar debaixo dos escombros​", afirmou, citando "informações preliminares".

O Exército ucraniano, via Telegram, confirmou que pessoal militar estava entre as vítimas e confirmou que uma investigação estava a decorrer "para determinar se foi feito o suficiente para proteger as vidas e a saúde dos soldados nas instalações".

"Isto é guerra. E os nossos cidadãos, os nossos soldados, foram mortos pelo inimigo, que ataca muito para lá das linhas", escreveu ainda o Exército.

“A escumalha russa será definitivamente responsabilizada por este ataque”, afirmou Zelensky no vídeo publicado também no Telegram, tendo anunciado uma investigação imediata ao ataque e aproveitado para apelar à entrega de sistemas de mísseis aéreos para defender a Ucrânia.

"Continuamos a apelar a todo o mundo que tem o poder de pôr termo a este terror: A Ucrânia precisa de sistemas de defesa aérea e de mísseis agora, não que fiquem no armazém. Os ataques de longo alcance que nos podem proteger do terror russo são necessários agora, não mais tarde. Cada dia de atraso, infelizmente, significa mais vidas perdidas", escreveu ainda o Presidente ucraniano na descrição da publicação com o vídeo.

"Esta é uma tragédia impressionante para toda a Ucrânia. O inimigo atingiu uma instituição de ensino e um hospital", afirmou a primeira-dama Olena Zelenska, na rede social X.

O governador Filip Pronin declarou ainda três dias de luto na região pelas mortes que chamou de "uma grande tragédia para a região de Poltava e para o país inteiro".

Apesar de relatos iniciais de bloggers russos de que o ataque teria atingido soldados numa parada militar, o Ministério da Defesa da Ucrânia negou esta possibilidade, afirmando que a instituição estava em aulas no momento em que soaram as sirenes de alarme de ataque aéreo.

O ministro dos negócios estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, afirmou, numa publicação na rede social X, que "os ataques da Rússia a Poltava são o mais recente e repugnante ato de agressão na odiosa e ilegal guerra de Putin na Ucrânia".

"Os meus pensamentos estão com todas as vítimas e os seus entes queridos", acrescentou Lammy.

Já a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou na rede social X que "Putin não conhece limites para a brutalidade" e que o Presidente da Rússia deve ser responsabilizado.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, considerou que o ataque era "mais uma recordação horrível" da "brutalidade contra o povo da Ucrânia" de Putin e prometeu que os EUA iriam enviar mais ajuda militar.

Uma criança de oito anos entre os mortos em Zaporijjia e Dnipro

Na região de Zaporijjia, durante esta noite, duas pessoas morreram num ataque russo, uma delas uma criança de oito anos. Já em Dnipro, uma outra pessoa morreu durante a noite passada.

O ataque aéreo a Zaporijjia atingiu um complexo hoteleiro, segundo o Ministério do Interior ucraniano, tendo causado a morte de uma mãe e o seu filho de oito anos e deixando o seu marido e a filha adolescente nos cuidados intensivos.

Na região de Zaporijjia, segundo o governador da região, ocorreram 313 ataques russos e verificaram-se bombardeamentos em 11 localidades, segundo o governador da região Igor Fedorov.

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