Queixas caem 20% nas comunicações electrónicas mas sobem 12% nos serviços postais
No primeiro semestre, a Anacom recebeu 48.400 reclamações, menos 11% do que em igual período de 2023.
As reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações continuam a ser elevadas, ascendendo a 48.400 no primeiro semestre, apesar da descida expressiva nas comunicações electrónicas (-20%), mas com um aumento nos serviços postais (+12%). De acordo com os dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), divulgados nesta segunda-feira, o total de queixas caiu 11% face a igual período de 2023.
Deste total de reclamações recebidas entre Janeiro e Junho, 30.000 incidem sobre comunicações electrónicas (62% do total), enquanto os serviços postais registaram 18.400, correspondendo a 38%.
As falhas no serviço de acesso à Internet fixa foram o motivo mais reclamado pelos utilizadores de serviços de comunicações electrónicas.
Entre os maiores operadores no segmento das comunicações electrónicas, a Nos foi o que registou maior número de reclamações em termos absolutos e por mil clientes, seguindo-se a Vodafone e a Meo. Já nos serviços postais, os CTT foram alvo de 15.400 reclamações, sendo responsável por 84% do total.
Os dados relativos ao segundo trimestre, agora revelados, mostram que o total de reclamações ascendeu a 23.200 mil reclamações contra prestadores de serviços de comunicações, menos 9% do que em igual período de 2023. “Esta descida foi impulsionada pela redução de 18% das reclamações sobre comunicações electrónicas, para 14,2 mil, uma vez que as reclamações sobre serviços postais voltaram a subir, 10% em termos homólogos, para nove mil reclamações”, revela a Anacom em comunicado.
Nas reclamações relativas a comunicações electrónicas, recebidas entre Abril e Junho, a Nos foi o prestador com mais registos, tanto em termos absolutos como relativos, com 5400 queixas, menos 11% em termos homólogos e 1,9 reclamações por mil clientes. A Anacom destaca que a Nos é responsável por 38% das reclamações do sector.
Não muito longe surge a Vodafone, responsável por 34% das reclamações do sector, mas com a maior redução face ao segundo trimestre de 2023, de 23%, para 4900 queixas e 1,3 reclamações por mil clientes.
Já a Meo foi a prestadora que registou o número de reclamações mais baixo: 3500 no período, o que corresponde a 25% do total e a uma queda homóloga de 21%. Nesta operadora, a média corresponde a 0,7 reclamações por mil clientes.
Ainda relativamente ao trimestre, as falhas no serviço de acesso à Internet fixa foram o motivo mais reclamado pelos utilizadores de serviços de comunicações electrónicas, respondendo por 1760 reclamações (12% do total do sector) no segundo trimestre do ano. São também o motivo com maior peso no primeiro semestre do ano, com 3700 queixas.
Os outros motivos mais reclamados foram a demora ou não resolução de reclamações, a demora ou reparação deficiente de serviços e as dificuldades no exercício do direito de livre resolução dos contratos.
Nos serviços postais, os CTT foram responsáveis por 7600 (85% do total) das 9000 reclamações registadas no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a um aumento de 9% em comparação com o mesmo período de 2023.
O segundo operador mais reclamado é a DPD, responsável por 7% do total, com 600 queixas no trimestre, menos 2% em termos homólogos.
O conjunto de outros prestadores postais menos reclamados (UPS, General Logistics, CEP II, DHL, VASP Premium, Logista, Ibercourier, TNT, entre outros) representaram cerca de 8% das reclamações do sector, mas com um aumento de 28% nas reclamações registadas no período.
Os motivos mais reclamados foram a falta de tentativa de entrega no domicílio (17% do total de reclamações do sector) e os atrasos na entrega de correio normal nacional e o extravio de correio registado nacional foram os motivos que mais aumentaram face ao mesmo período de 2023.