Israel recuperou os corpos de seis reféns mortos em Gaza

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que os seis reféns estavam vivos quando foram raptados e depois “mortos a sangue-frio pelo Hamas”.

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O corpo de Eden Yerushalmi foi recuperado este domingo de um túnel em Rafah Florion Goga / REUTERS
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Alexander Lobanov, um dos reféns cujo corpo foi agora recuperado em Rafah Florion Goga / REUTERS
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O exército de Israel anunciou este domingo, 1 de Setembro, que identificou os corpos de seis reféns recuperados na Faixa de Gaza, duas mulheres e quatro homens, incluindo um israelo-norte-americano e um israelo-russo.

Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que, em conjunto com o Shin Bet, a inteligência doméstica israelita, localizaram no sábado e recuperaram os corpos de Hersh Goldberg-Polin, Ori Danino, Eden Yerushalmi, Almog Sarusi, Alexander Lobanov e Carmel Gat “de um túnel na zona de Rafah", no sul da Faixa de Gaza.

Cinco dos reféns – com idades entre os 23 e os 32 anos – tinham sido raptados no festival de música Nova Techno, durante o ataque surpresa de 7 de Outubro de 2023 contra o sul de Israel, por membros do Hamas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que está sob pressão doméstica e internacional para alcançar um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação dos restantes reféns, reagiu: "Quem mata reféns não quer um acordo". Netanyahu disse ainda que o seu Governo está empenhado em alcançar um acordo para a libertação dos restantes reféns e garantir a segurança de Israel.

A 27 de Agosto, Qaid Farhan Alkadi, um árabe com cidadania israelita de 52 anos, foi resgatado “numa operação complexa no Sul da Faixa de Gaza”, a cerca de um quilómetro do local onde os seis corpos foram recuperados este domingo.

Em Abril, Hersch Goldbert-Polin, israelo-norte-americano de 23 anos, apareceu num vídeo partilhado pelo Hamas no qual pedia ajuda ao governo israelita para regressar a casa. O presidente norte-americano, Joe Biden, disse estar "devastado e indignado". "[Goldbert-Polin] Tinha acabado de fazer 23 anos. Planeava viajar pelo mundo", disse Biden. Os pais, Rachel Goldbert e Jon Polin, "foram corajosos, sensatos e inabaláveis, mesmo quando enfrentaram o inimaginável", continuou. Biden afirmou ainda que espera que "os líderes do Hamas paguem pelos seus crimes". "Continuaremos a trabalhar sem parar para conseguir um acordo que assegure a libertação dos restantes reféns", assegurou.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que os seis reféns estavam vivos quando foram raptados e depois “mortos a sangue-frio pelo Hamas”, não muito tempo antes de os militares israelitas terem chegado ao túnel.

Os Estados Unidos, o Qatar e o Egipto continuam a tentar mediar um acordo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas na Faixa de Gaza, em troca de prisioneiros palestinianos.

“Um acordo para a devolução dos reféns estava em discussão há dois meses. Sem os atrasos, a sabotagem e os pretextos, aqueles cujas mortes soubemos esta manhã estariam certamente ainda vivos”, afirmou este domingo um grupo de familiares dos reféns. “É tempo de trazer os nossos reféns para casa, ajudar os vivos a recuperar e enterrar os mortos com dignidade.”

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Mural em Telavive, Israel, com fotografias de reféns, a maioria dos quais raptados durante o ataque de 7 de Outubro de 2023 REUTERS/Florion Goga

O grupo sublinhou ainda, em comunicado, que um dos reféns cujo corpo foi agora recuperado, Alexander Lobanov, foi pai enquanto estava em cativeiro, de uma criança, actualmente com cinco meses de idade.

“O coração de toda a nação está partido em mil pedaços”, disse o presidente israelita, num comunicado. “Continuaremos a lutar incansavelmente contra a organização terrorista criminosa Hamas”, acrescentou Isaac Herzog.

No total, 251 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, de acordo com as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de Novembro, durante uma trégua, em troca de prisioneiros palestinianos, e 97 reféns continuam detidos no território palestiniano, 33 dos quais terão morrido, de acordo com as IDF. Pelo menos 40.692 palestinianos foram mortos e 94.060 feridos na sequência da ofensiva militar israelita em Gaza, disse o ministro da Saúde do enclave este sábado.

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