Hamas divulga vídeo de refém – e logo depois diz que está morto

Família de Nadav Popplewell pede aos media para não divulgarem as imagens mostradas pelo grupo islamista.

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Duas mulheres em frente a cartazes com imagens de reféns levados pelo Hamas que estão ainda na Faixa de Gaza, no centro de Telavive Shannon Stapleton/REUTERS
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O Hamas divulgou este sábado um vídeo mostrando Nadav Popplewell, que foi levado, junto com a sua mãe, do kibbutz Nirim para a Faixa de Gaza no ataque de 7 de Outubro. E, de seguida, declarou que Popplewell já não estava vivo.

A família de Popplewell, que tem dupla nacionalidade, israelita e britânica, pediu aos media para não divulgarem as imagens do refém mostradas pelo Hamas. A mãe do refém foi entretanto libertada durante a trégua de Novembro. O pai foi morto durante o ataque.

A divulgação do vídeo do refém – e a afirmação seguinte de que Popplewell estava morto – foi vista como um modo de o Hamas pressionar Israel para concordar com um acordo para libertação de reféns e cessar-fogo na Faixa de Gaza. O Hamas disse que Popplewell estava num local junto com outra refém, Judy Feinstein, que o movimento alegou, há alguns dias, que também tinha morrido.

O movimento disse ainda este sábado, citado pela emissora Al Jazeera, que um refém israelita tinha tentado suicidar-se.

Sabe-se que uma parte dos reféns estão mortos: uma avaliação interna levada a cabo pelo Exército israelita determinou que, entre os 135 reféns que estão ainda na Faixa de Gaza, pelo menos 32 morreram e que 20 outros podem também já não estar vivos, segundo relatou recentemente o diário norte-americano The New York Times. Na semana passada foi anunciado que Dror Or, um homem com dupla nacionalidade, israelita e portuguesa, que se pensava estar vivo em Gaza fora afinal morto a 7 de Outubro (e o seu corpo levado para o território palestiniano), e que um outro homem que se pensava ser também refém estava afinal morto, tendo o seu corpo sido descoberto em Israel.

O Hamas já fez antes anúncios de mortes que não se verificaram, incluindo de uma refém que foi libertada no âmbito do acordo e da trégua de Novembro, Hanna Katzir, de 78 anos.

O movimento islamista disse, na semana passada, que tinha concordado com um cessar-fogo com Israel, mas os termos eram diferentes das concessões anteriores do Estado hebraico – na proposta original havia, por exemplo, o compromisso de libertação de 33 reféns vivos, na proposta aceite pelo Hamas não era dada a garantia que estivessem vivos.

Israel anunciou de seguida que iria fazer uma outra proposta e continuar a negociar, mas que iria continuar com os planos de uma operação militar em Rafah, também como meio de pressionar o movimento.

Para esta noite estava marcada uma nova manifestação para pressionar o Governo a chegar a acordo como Hamas para libertar os reféns.

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