Uma volta, uma queda, zero pontos. Miguel Oliveira infeliz no GP de Aragão

Em Espanha, Marc Márquez conquistou um triunfo 1043 dias depois. Não vencia desde 2021 e fê-lo “à Márquez”. Na luta pela liderança do Mundial, Bagnaia foi ao chão e ofereceu um presente a Martín.

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Miguel Oliveira em acção em MotoGP TIM KEETON / EPA
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Neste domingo, o GP de Aragão de MotoGP acabou rapidamente para Miguel Oliveira. Depois de um bom arranque, o português não conseguiu atacar bem a penúltima curva do circuito espanhol, ainda antes da conclusão da primeira volta, e deixou a moto escorregar de frente.

Perdendo o controlo da sua Aprilia, nada mais pôde fazer do que deixar-se ir no asfalto. Assim que se levantou, exibiu ao mundo a raiva pelo erro técnico, depois de até ter feito um bom arranque: saiu do oitavo lugar e rodava em sexto.

Não houve consequências físicas para o português, porque a queda na curva 16 de Aragão não foi agressiva, mas saiu da prova com zero pontos – e não era improvável vê-lo conseguir um bom resultado ali.

Márquez venceu 1043 dias depois

Para os adeptos, em geral, e para os portugueses, em particular, esta terá sido uma corrida algo aborrecida. Por um lado, porque apenas viram 16 curvas de Oliveira em prova. Por outro, porque não houve, em geral, motivos de interesse.

Marc Márquez fez uma corrida “à Márquez” e venceu a prova com supremacia clara. Arrancou bem da pole position, atacou muito cedo, forçou o ritmo desde início e ganhou uma vantagem confortável.

1043 dias depois, voltámos a ver o verdadeiro Márquez: não apenas o que vence corridas principais ao domingo, mas também o que vence desta forma, com provas a rolar sozinho.

E sabemos que é uma tarde “à Márquez” quando a realização televisiva se dá ao luxo de pouco filmar o líder da corrida – em tese, o piloto que mais deveria surgir nas imagens.

Mas o interesse que havia era apenas atrás do espanhol, que foi aumentando a diferença para Jorge Martín, que acabou em segundo lugar.

Bagnaia foi ao chão

A única luta relevante era pelo terceiro lugar e foi por isso que tivemos voltas e voltas de duelo entre Pecco Bagnaia e Alex Márquez. O duelo estava bom, mas, a seis voltas do fim, os pilotos foram ao chão.

Márquez alargou uma curva e quando tentava regressar à trajectória encontrou Bagnaia, que já tinha apanhado a dianteira.

Não é dos incidentes mais fáceis de analisar. Por um lado, Márquez tinha a zona interior da curva. Por outro, Bagnaia já estava mais à frente na posição, com meia moto já dentro da curva.

Bagnaia poderia ter sido mais cauteloso e esperar por um momento melhor, até por vir com maior velocidade? Sim. E Márquez poderia ter retirado acelerador ao ver Bagnaia colocar lá a moto? Também.

Não é um incidente de análise clara, mas o que interessa é que ofereceram, a meias, um presente tremendo a Jorge Martín. O líder do campeonato tem, agora, 23 pontos de vantagem para Bagnaia no Mundial.

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