Os penáltis do Sporting e do Benfica — e a aliança de Geny Catamo

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Sporting-FC Porto

Minuto 30: Alan Varela comete uma falta sobre Trincão passível de cartão amarelo por corte de ataque prometedor. Não se tratou de uma clara oportunidade de golo, porque, dos quatro factores de análise (controlo da bola, direcção, distância, posição dos defensores), dois não se verificaram - a distância à baliza e a possibilidade de, em tempo útil, tanto Galeno como Zé Pedro poderem intervir e disputar o lance.

Minuto 43: não houve qualquer motivo para penálti a favor dos leões em dois momentos seguidos na área dos dragões, ao primeiro poste Otávio e Gonçalo Inácio, ambos usam as mãos e braços para se agarrarem e controlarem mutuamente, ao segundo poste é Trincão que primeiro puxa Zé Pedro pelo seu braço esquerdo e fruto do desequilíbrio que provocou levou a que o central portista inadvertidamente pisasse o avançado leonino.

Ao intervalo do jogo, Geny Catamo já veio sem a aliança que usou na sua mão esquerda durante toda a primeira parte. Não há cartão amarelo para um jogador que, neste caso concreto, use uma aliança, mesmo não sendo permitido por lei. Sempre que há uma irregularidade no equipamento, o árbitro deve instruir o jogador para deixar o terreno de jogo para fazer essa correcção que deverá executar na interrupção seguinte do jogo, a menos que o já tenha feito. Portanto, na prática, só haveria amarelo para Geny Catamo se ele se recusasse ou não cumprisse a determinação de tirar a aliança.

Minuto 69: dupla decisão correcta do árbitro, quer no capítulo técnico, quer no disciplinar. Gyökeres, que estava com a frente ganha em relação a Otávio, acabou por ser derrubado pelo central portista, que, na tentativa clara de jogar a bola, acabou por cruzar a sua perna esquerda na frente do avançado leonino, e com a coxa esquerda tocou e desequilibrou o jogador dos "leões". Isto, ajudado pelos braços e corpo nas costas, que potenciaram a carga e a queda do adversário. Penálti correctamente assinalado. De acordo com a lei 12 (faltas e incorrecções), página 112, sempre que um jogador anula uma clara oportunidade de golo ao cometer uma infracção que constitui uma tentativa de jogar ou disputar a bola e o árbitro assinala um pontapé de penálti, o que dantes era punido com cartão vermelho passou a ser punido com “apenas” cartão amarelo, enquadrando-se isto na chamada “lei da dupla penalização”.

Moreirense-Benfica

Minuto 18: não há motivo para penálti a favor do Benfica. Na ocasião, a bola bateu no solo, depois foi à coxa esquerda de Fabiano e só posteriormente é que ressaltou para o braço de forma inesperada, sendo que o braço também estava ao longo e encostado ao corpo, em posição natural e sem ganho de volumetria.

Minuto 45+1: excelente intervenção do VAR ao anular o golo do Moreirense, pois, no início da jogada, Gabrielzinho esticou a perna direita e, com o pé, pisou claramente o pé esquerdo de Leandro Barreiro, derrubando-o.

Minuto 90+2: não houve motivo para penálti por alegada mão de Sidnei Tavares, que após o cabeceamento de António Silva viu o esférico ressaltar da sua perna para o ombro direito, que é uma zona com a qual se pode tocar e jogar a bola.

Minuto 90+5: o penálti assinalado por infracção de Asué sobre Leandro Barreiro deveria ter sido anulado por uma falta atacante cometida por Marcos Leonardo. Na ocasião, o avançado do Benfica desviou claramente a trajectória da bola quando, com o braço direito paralelo ao solo, bem aberto e em volumetria clara e não natural, acabou por tocar e dominar o esférico, disponibilizando-o para que Leandro Barreiro pudesse dominá-lo e controlá-lo, dando seguimento ao lance da qual resultou o penálti. Um erro claro e óbvio, que deveria ter levado à intervenção do VAR e à anulação do pontapé de penálti.

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