Palcos da semana: punk, rock, ópera e mais além

Do F de Faro à Noite Branca de Braga vão notas do Luna Fest em Coimbra, Muscarium por Sintra e um Festival de Ópera em Óbidos.

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The Legendary Tigerman marca presença no primeiro dia do Festival F DR
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Lene Lovich alinha no cartaz do Luna Fest DR
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O Rapto da Rainha Vitória, pelo Teatro Estúdio Fontenova Helena Tomás
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O Último Canto – Camões e o Destino, de César Viana DR/FOO
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Noite Branca de Braga entre o popular e a vanguarda Lino Silva
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Senhoras e senhores, bem-vindos ao último festival de Verão

Das muralhas no centro histórico de Faro à margem da Ria Formosa, desfilam nomes de peso da cena musical contemporânea. São mais de 70 e todos frutos da colheita nacional, ou não fosse este um evento dedicado aos trunfos da música portuguesa, sejam eles estrelas firmadas ou talentos emergentes.

Com nove palcos a fazer a serventia da casa, e o selo de “último festival de Verão” a dar (alguma) urgência ao usufruto, esta nona edição do Festival F conta com figuras como The Legendary Tigerman, Carolina Deslandes, Ivandro, Tiago Bettencourt, Nininho Vaz Maia, T-Rex, Dillaz, Camané, Ana Lua Caiano, Glockenwise, Acácia Maior, Marisa Liz, Carminho, Resistência, Expresso Transatlântico, Bandua, Van Zee, Capitão Fausto com Orquestra do Algarve ou Karetus.

Mas a experiência não fica por aqui. A par de um cartaz musical diversificado, há artes performativas, exposições, tertúlias, um mercado de autor e uma roda de samba ao longo dos três dias, que promete pôr muito boa gente a tirar o pé do chão.

Punk e rock na praça (e a festa mais além)

Estreou-se em Agosto do ano passado, com um único palco e ligação forte ao punk. Mas para a segunda edição, o Luna Fest preparou outras notas, sintonizadas com a vontade de galgar fronteiras.

Reserva lugar no calendário de Setembro, fugindo à rota dos festivais de Verão, cresce em palcos, tempera o alinhamento com rock’n’roll e outras sonoridades e estende a festa no espaço e no tempo, fazendo-se sentir por toda a cidade de Coimbra, entre 30 de Agosto e 8 de Outubro, por meio também de cinema, exposições ou performances.

No que toca ao ponto alto do festival, é na Praça da Canção que se concentram os 20 artistas do cartaz, encabeçado por The Psychedelic Furs, Jon Spencer, Lene Lovich e The Gories.

Dos bastidores ao palco, Muscarium com todos

À décima edição, o Muscarium - Festival de Artes Performativas em Sintra mantém a aposta no espaço de pesquisa e experimentação e na ideia de cruzar “artistas e públicos na coprodução e fruição dos trabalhos em construção”, salienta o Teatromosca, que o organiza. Para isso, abre as portas do processo de criação e das salas de ensaio, contribuindo para o diálogo e para a participação comunitária, assuntos caros à sua essência.

Entre residências, conversas, concertos, teatro, a conferência sobre ReConectar: Estruturas Artísticas no Pós-Pandemia e um workshop de teatro e dança, mostram-se os trabalhos e os bastidores de criadores como o Teatro Estúdio Fontenova, a Hipérion, o Teatrão, a Baal17, a Visões Úteis, The Legendary Tigerman, Daiane Brito, Maria Torres, Ricardo Ambrózio ou Tristany Mundu.

A Oeste, notas de ópera

Óbidos volta a deixar-se levar pela música lírica. Depois de uma longa pausa, do renascimento e de uma edição de 2023 com plateias esgotadas, o Festival de Ópera de Óbidos (FOO) torna a marcar a agenda do burgo medieval.

Promovido pela associação ABA - Banda de Alcobaça, com o apoio da autarquia, traz à cabeça do cartaz A Filha do Regimento, ópera cómica em dois actos composta pelo italiano Gaetano Donizetti que, descreve a sinopse, versa sobre “uma jovem criada por um regimento de soldados, (que) desafia as convenções sociais com a sua vivacidade e independência”. Encenada por Jorge Balça, é levada a palco pela Orquestra Filarmónica Portuguesa e pelo Coro do FOO.

A acompanhar esta produção, e também na linha temática do feminino no espectro A Tragédia e a Comédia, que norteia as pautas do festival, estão a ópera-tango María de Buenos Aires do argentino Astor Piazzolla, O Último Canto – Camões e o Destino do português César Viana e a Gala de Ópera que presta homenagem ao italiano Giacomo Puccini no ano em que se assinala o centenário da sua morte. La Bohéme, Madama Butterfly, Tosca e Manon Lescaut são as obras em destaque para evocar a efeméride.

Entre o popular e a vanguarda, habemus Noite Branca

Vai por ruas e praças. Entra em salas, galerias e museus. Chega ao mercado e até estende os braços a uma festa silenciosa ao pôr-do-sol nas Termas Romanas. A Noite Branca de Braga volta a invadir a cidade espalhando animação e purpurinas por mais de 170 momentos, em três dias e seis palcos.

Avisa a organização que esta maratona será a “mais internacional de sempre", reunindo artistas do Chile, Espanha, França, Brasil, Angola, Itália e Portugal. É mais um troféu para o currículo do evento que todos os anos atrai milhares de espectadores de todas as idades e se supera na grandeza dos números, sempre de olho na tradição popular e na vanguarda, venha em matéria de instalação, arte pública, performance, concerto, exposição ou actividade infanto-juvenil.

Carminho, Os Quatro e Meia, Pedro Abrunhosa, Bárbara Bandeira, Bispo, Wet Bed Gang, Daniel Pereira Cristo, Radar 360º, Teatro do Mar, Nuvem Voadora, Cie Poc, Ale Hop e Mr Copini estão no lote de convidados a abrilhantar esta edição.

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