Alexei Popyrin sabia que podia eliminar Novak Djokovic

Sérvio queixou-se do desgaste acumulado para ganhar o ouro olímpico. Borges e Cabral estão nos oitavos-de-final de pares.

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O australiano Alexei Popyrin depois do triunfo sobre Novak Djokovic Eduardo Munoz / REUTERS
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Alexei Popyrin gostou da atenção extra que recebeu após a conquista do Open do Canadá, há três semanas. Até na fila para a casa de banho durante o intervalo do musical Hamilton, o tenista australiano recebeu os parabéns de um fã. Mas o que Popyrin gosta mesmo é de ser o centro das atenções quando está no court e foi isso que aconteceu no US Open, na noite de sexta-feira, quando assinou uma brilhante exibição para eliminar Novak Djokovic, que há um ano conquistou em Nova Iorque o 24.º e último dos seus títulos do Grand Slam.

Parecia uma tarefa demasiado grande para Popyrin quando serviu a 5-2, mas, na segunda oportunidade, ganhou o derradeiro jogo em branco e avançou pela primeira vez para os oitavos-de-final de um major. Uma exibição alicerçada no serviço, com 74% de pontos ganhos no primeiro serviço e 15 ases, concluída com os parciais de 6-4, 6-4, 2-6 e 6-4.

Mas o triunfo no Canadá continua a ser o ponto alto da carreira do australiano de 25 anos, que até então nunca tinha passado dos quartos-de-final em eventos daquele nível. Popyrin não tinha boas recordações dos encontros anteriores, com excepção de uma foto que tirou com o sérvio quando tinha 12 anos.

“Para mim, ganhar em Montreal foi um feito muito maior, apenas porque é um título e um título Masters 1000. Isso parecia inacreditável. Hoje [na sexta-feira] foi mais uma coisa que eu pensava que poderia fazer. As minhas duas experiências com ele no início deste ano no Open da Austrália e em Wimbledon deram-me confiança para acreditar que podia ganhar”, disse o campeão júnior de Roland Garros de 2017.

Djokovic perdeu na primeira semana de um Slam pela primeira vez desde o Open da Austrália de 2017 — no US Open é preciso recuar a 2006 e o autor dessa proeza foi Lleyton Hewitt, sentado no camarote de Popyrin. E, pela primeira vez em duas décadas, nem Djokovic, Rafael Nadal ou Roger Federer estão na quarta ronda de um torneio do Grand Slam. E esta é a primeira época desde 2002 em que nenhum deles conquista um major.

Djokovic foi penalizado pelos 46% de pontos ganhos no segundo serviço e pelos 49 erros não forçados, incluindo 14 duplas-faltas e, no final, elogiou o adversário e justificou a falta de energia com o desgaste da campanha olímpica que lhe permitiu sair de Paris com a medalha de ouro.

“Foi o pior ténis que alguma vez joguei. A servir, então, de longe um dos piores jogos de sempre. Numa superfície rápida como esta, não se pode vencer sem serviço. Cheguei a Nova Iorque sem me sentir fresco, mental e fisicamente. Tentei porque é o US Open. A vida continua”, frisou o sérvio de 37 anos.

O próximo adversário de Popyrin é Frances Tiafoe (20.º) que, no “derby” local, vingou a derrota de há um ano e venceu o amigo Ben Shelton (13.º), por 4-6, 7-5, 6-7 (5/7), 6-4 e 6-3. Shelton serviu um ás 229 km/h para selar o terceiro set, mas não conseguiu igualar a determinação do compatriota. Além de Tiafoe, os EUA estão igualmente representados nos “oitavos” masculinos pelo estreante Brandon Nakashima (50.º) e pelo seu número um, Taylor Fritz (12.º) que continua sem ceder qualquer set, após eliminar Francisco Comesana (108.º), por 6-3, 6-4 e 6-2.

O próximo adversário de Fritz é Casper Ruud (8.º) que, pela segunda vez na carreira, recuperou de 0-2 em setspara ultrapassar o chinês de 19 anos, Jerry Shang (72.º), por 6-7 (1/7), 3-6, 6-0, 6-3 e 6-1.

Na sexta-feira, Nuno Borges e Francisco Cabral avançaram para os oitavos-de-final de pares, ao eliminarem os cabeças de série n.º12, Hugo Nys e Jan Zielinski, por 7-6 (7/5), 6-4. O terceiro encontro na variante será frente aos australiano Max Purcell e Jordan Thompson.

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