Atirador que baleou Trump passou meses à procura de um alvo e chegou a ponderar Biden

Desde 2019 que Thomas Crook pesquisava sobre explosivos. Em Abril começou a procurar informações sobre eventos tanto com Trump, como com Biden. FBI ainda não percebeu as suas motivações.

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Thomas Crooks, de 20 anos, procurou mais de 60 vezes por informações sobre o candidato presidencial republicano e o seu então rival, o Presidente democrata Joe Biden Aaron Josefczyk / REUTERS
Uma espingarda semiautomática Panther Arms usada por Thomas Crooks e recuperada com uma mochila no local do tiroteio em Butler, Pensilvânia
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Uma espingarda semiautomática Panther Arms usada por Thomas Crooks e recuperada com uma mochila no local do tiroteio em Butler, Pensilvânia FBI / VIA REUTERS
Dois dispositivos explosivos improvisados são vistos na bagageira do carro de Thomas Crooks
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Dois dispositivos explosivos improvisados são vistos na bagageira do carro de Thomas Crooks FBI / VIA REUTERS
O candidato presidencial republicano e antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, é assistido pelos Serviços Secretos após um tiroteio durante um comício de campanha no Butler Farm Show em Butler, Pensilvânia, a 13 de Julho
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O candidato presidencial republicano e antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, é assistido pelos Serviços Secretos após um tiroteio durante um comício de campanha no Butler Farm Show em Butler, Pensilvânia, a 13 de Julho Brendan McDermid / REUTERS
O candidato presidencial republicano e antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, é assistido pelos Serviços Secretos após um tiroteio durante um comício de campanha no Butler Farm Show em Butler, Pensilvânia, a 13 de Julho
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O candidato presidencial republicano e antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, é assistido pelos Serviços Secretos após um tiroteio durante um comício de campanha no Butler Farm Show em Butler, Pensilvânia, a 13 de Julho DAVID MAXWELL / EPA
Apoiantes na multidão rodeiam o pódio vazio depois de o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, ter sido retirado do palco pelos Serviços Secretos
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Apoiantes na multidão rodeiam o pódio vazio depois de o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, ter sido retirado do palco pelos Serviços Secretos DAVID MAXWELL / EPA
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O homem armado que tentou matar Donald Trump efectuou um "esforço sustentado e detalhado" para atacar em algum evento de grandes dimensões antes de decidir atingir o candidato presidencial republicano num comício na Pensilvânia em Julho, disseram autoridades do FBI na quarta-feira.

Segundo as autoridades do FBI, Thomas Crooks, de 20 anos, procurou mais de 60 vezes por informações sobre o candidato presidencial republicano, mas também sobre o seu então rival, o Presidente democrata Joe Biden, antes de se registar para o comício de Trump no início de Julho.

"Vimos (...) um esforço sustentado e pormenorizado para planear um ataque a alguns eventos, o que significa que ele analisou uma série de eventos ou alvos", disse Kevin Rojek, o principal responsável do FBI na Pensilvânia ocidental, numa conferência de imprensa telefónica.

Rojek disse que Crooks ficou "hiperconcentrado" no comício de Trump quando foi anunciado no início de Julho e "olhou para ele como um alvo de oportunidade". Mas o FBI ainda não foi capaz de determinar o que motivou Crooks a levar este ataque avante, tentando matar Trump naquele evento em Butler, Pensilvânia, a 13 de Julho.

A actividade informática de Crooks mostrou que o atirador se interessava por uma mistura de ideologias, mas não demonstrou definitivamente que era motivado por um determinado ponto de vista de esquerda ou de direita, disse Rojek.

Os funcionários do FBI afirmaram não ter encontrado qualquer prova que indicasse que Crooks tinha trabalhado com outras pessoas naquele ataque ou que tinha sido dirigido por uma potência estrangeira. Também não havia vestígios de drogas ilícitas ou álcool no seu organismo.

A tentativa de homicídio suscitou questões sobre a forma como Crooks conseguiu subir a um edifício próximo e disparar oito tiros contra o antigo Presidente norte-americano antes de ser morto por um atirador dos Serviços Secretos. Vários inquéritos do Congresso e do Governo estão a examinar as medidas de segurança do evento.

O FBI, entretanto, está a investigar o próprio Crooks, e disse ter obtido algum entendimento da sua linha de pensamento, embora ainda não saiba o que o motivou.

Crooks procurou eventos da campanha de Trump já em Setembro de 2023, segundo as autoridades do FBI, e começou a pesquisar em Abril eventos da campanha de ambos os candidatos perto do local onde vivia, no Oeste da Pensilvânia. Também procurou as datas das convenções presidenciais dos republicanos e dos democratas.

Nos dias que antecederam o comício de 13 de Julho, procurou informações sobre o local, incluindo o ponto a partir do qual Trump iria discursar, e pormenores sobre a empresa que era proprietária de um edifício próximo, de onde mais tarde dispararia os oito tiros — um dos quais atingiu de raspão a orelha de Trump.

As imagens mostram que Crooks só esteve no telhado do edifício durante cerca de seis minutos. Para trás, no carro, deixou vários dispositivos explosivos, cujos componentes estudou em pesquisas na Internet já em 2019.