Swifties angariam mais de 140 mil dólares para Kamala Harris, mesmo sem Taylor Swift

O encontro digital reuniu mais de 34 mil fãs da artista e contou com a participação de personalidades influentes do Partido Democrata.

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O concerto de Taylor Swift no Estádio da Luz, em Lisboa Nuno Ferreira Santos/Arquivo
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Taylor Swift não apoia oficialmente Kamala Harris na corrida à Casa Branca, mas os seus fãs decidiram avançar. Os Swifties for Kamala organizaram uma angariação de fundos para a candidata democrata, que reuniu 142 mil dólares (cerca de 128 mil euros) em doações para apoiar Harris, anunciou a co-fundadora do projecto, Irene Kim, à NBC nesta quarta-feira.

O movimento não tem qualquer ligação oficial a Taylor Swift que (ainda) não anunciou o seu apoio formal a Kamala Harris, apesar de ser apontada como uma das artistas do lado democrata. Tanto, que se chegou a noticiar que a artista de Love Story seria umas convidadas para actuar durante a convenção do partido, na semana passada. Na mesma altura em que Donald Trump publicou imagens falsas que pareciam indicar o apoio da cantora aos republicanos, e que viriam a ser desmentidas.

Os swifties, como são conhecidos os fãs da cantora, acreditam que Swift está do lado de Kamala Harris e organizaram um encontro digital a que acorreram mais de 34 mil participantes através do Zoom. A reunião de três horas contou com apresentações de personalidades como a cantora Carole King, a senadora de Nova Iorque, Kirsten Gillibrand; os senadores de Massachusetts, Elizabeth Warren e Ed Markey; ou Chris Deluzio, membro da Câmara dos Representantes.

No encontro digital, Irene Kim deu as boas-vindas aos participantes com uma homenagem a Taylor Swift. “Tem estado à vossa espera”, disse, num trocadilho com a canção Welcome to New York. Uma das fãs, Emerald Medrano, de 22 anos, desenhou uma T-shirt com a imagem de uma pulseira da amizade onde se lia “In my voting era” (na minha era de votos, em português), numa alusão à digressão e às eras da carreira da artista.

“Já vimos o bem que podemos fazer enquanto grupo de fãs e o que acontece quando mobilizamos a nossa comunidade, por isso não precisamos de esperar [pela confirmação do apoio de Swift]”, declara Irene Kim. E insiste: “Nós sabemos pessoalmente quais são os nossos valores. Também sabemos quais são os valores de Taylor. Ela tornou-os muito claros para nós.”

Taylor Swift foi uma das apoiantes da candidatura de Joe Biden em 2020, pelo que é expectável o seu apoio a Kamala Harris em 2024. O anúncio do apoio poderá acontecer nas próximas semanas, enquanto a cantora se encontra numa pausa da The Eras Tour durante o próximo mês, depois de uma passagem pela Europa ─ os concertos retomam no fim de Outubro no Canadá e nos Estados Unidos.

O grupo Swifties for Kamala já tem página nas redes sociais: acumula mais de 72 mil seguidores no X e mais de 48 mil no Instagram. A equipa de Taylor Swift ainda não reagiu ao movimento e a campanha de Kamala Harris garante não estar ligada ao grupo, que se junta a outros criados informalmente como o White Dudes for Harris (Tipos Brancos pela Harris), de que faz parte o actor Jeff Bridges e que, no final do mês passado, angariou mais de quatro milhões de dólares; ou Caty Ladies for Kamala (Senhoras dos Gatos por Kamala).

“O que mais gosto nos Swifties: vocês são resilientes, sabem como enfrentar os rufias e sabem como ser os mais autênticos e alegres”, elogiou Elizabeth Warren. E frisou: “Juntaram-se, de mãos dadas, com pulseiras da amizade no pulso, e ultrapassaram praticamente tudo o que a vida vos atirou. E é disso que trata a campanha de Kamala Harris.”

A senadora Kirsten Gillibrand evocou a polémica com as “senhoras dos gatos sem filhos” criticadas pelo candidato republicano à vice-presidência, J.D. Vance, lembrando que Taylor Swift é ela própria uma cat lady ─ até posou para a capa da revista Time com o seu gato, Benjamin Button. “Penso que é importante que nós, como mulheres dos gatos solteiras, como mulheres independentes, como mulheres que conhecem todas as letras que a Taylor Swift alguma vez escreveu, façamos parte desta campanha e desta eleição”, apelou.

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Swifties no concerto de Lisboa Nuno Ferreira Santos

A campanha de Kamala Harris tem sido apoiada por diversos artistas, incluindo John Legend, Patti La Belle ou Stevie Wonder, que estiveram na convenção democrata. O encontro fechou com Pink e a filha, Willow, a cantarem What about us. Beyoncé também demonstrou apoio ao autorizar que a canção Freedom seja utilizado ao longo da campanha presidencial. Entre a banda sonora dos comícios destaca-se, ainda, Party in the USA de Miley Cyrus, que já tinha sido hino de Biden e Harris em 2020.

Já Donald Trump tem tido menos sorte em angariar artistas para a sua campanha. No início desta semana, os Foo Fighters proibiram o republicano de voltar a usar as canções da banda, depois de My Hero ter sido reproduzida num comício no Arizona. O grupo vai exigir os direitos de autor da reprodução e o dinheiro conquistado será doado à campanha de Kamala Harris e Tim Walz, anunciaram, em comunicado.

Já Beyoncé e Céline Dion tinham proibido Donald Trump de voltar a usar as suas canções. A artista canadiana garantiu que não tinha autorizado a utilização de My heart will go on e fez uma piada sobre o uso daquela música em particular, que fazia parte da banda sonora de Titanic. “A sério, essa canção?”, escreveu nas redes sociais.

As eleições dos EUA que opõem Donald Trump e Kamala Harris estão marcadas para 5 de Novembro.

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