Encefalite equina oriental alastra no Nordeste dos Estados Unidos

Doença transmissível por picada de mosquito é rara em humanos, mas a sua manifestação mais grave é fatal num terço dos casos.

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A encefalite equina oriental (EEE) transmite-se por picada de mosquito Paulo Whitaker / REUTERS
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Os habitantes de Burlington, a maior cidade do estado norte-americano do Vermont, foram esta quarta-feira aconselhados a evitar permanecer ao ar livre entre o pôr-do-sol e o nascer-do-sol, ou entre as 18h e as 06h, depois de a área ter sido identificada como “zona de alto risco” de encefalite equina oriental. O alerta segue-se ao anúncio da primeira morte pela doença este ano nos Estados Unidos, no estado vizinho do New Hampshire, e à adopção de medidas de prevenção no Massachusetts.

O vírus da encefalite equina oriental (EEE, na sigla inglesa), transmissível por picada de mosquito, é geralmente raro em humanos e a maioria das infecções são assintomáticas ou produzem sintomas ligeiros. No entanto, em 4% a 5% dos casos, os pacientes desenvolvem encefalite e, entre estes, um terço é fatal. Os sobreviventes de manifestações graves da doença podem ficar com sequelas físicas e mentais severas. Não existe vacina ou cura para a EEE.

Na terça-feira, as autoridades sanitárias norte-americanas anunciaram a morte por EEE de um homem de 41 anos em Hampstead, no sudeste do New Hampshire. No Massachusetts, dez comunidades nos condados de Plymouth e Worcester, perto de Boston, foram declaradas como zonas de “risco elevado” ou de “risco grave”, o que levou as autoridades locais a recomendar à população para evitar o ar livre em horários de risco e a cancelar eventos desportivos agendados para a noite. Em Plymouth, estão a ser pulverizados insecticidas em larga escala.

Para além de evitar a exposição ao ar livre, as autoridades recomendam o uso de calças e de camisolas de manga comprida e a remoção de recipientes com água estagnada. A expectativa é de que o vírus deixe de circular no final do Verão, quando a descida da temperatura reduzir o número de mosquitos transmissores.

O vírus da EEE surge de forma sazonal na América do Norte e nas Caraíbas, com especial ênfase na região da Nova Inglaterra, no Nordeste dos EUA, que inclui os estados do Massachusetts, Maine, New Hampshire, Vermont, Rhode Island e Connecticut. Desde 2004, o número de casos em humanos tem aumentado, mas a doença continua a ser rara.

Não há registo de casos de infecção na Europa, e a doença não é transmissível entre humanos.

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