Como é que a rainha Camila lida com os dias menos bons? Com a ajuda de um livro

“Esquecemo-nos do que se passa à nossa volta e é uma sensação maravilhosa de estarmos realmente absorvidos e de nos desligarmos do resto do mundo”, descreve a rainha.

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A rainha Camila a ler às crianças numa visita ao Quénia em Outubro de 2023 Chris Jackson/Pool via REUTERS
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Durante décadas foi “a amante estouvada” do príncipe Carlos e alvo de ódio nos tablóides britânicos. Muitos ter-se-ão questionado como é que Camila lidou com as críticas constantes e a agora rainha tem uma resposta simples. “Quando temos um dia de loucura e tudo corre mal, podemos sentar-nos, respirar fundo, pegar num livro e pronto ─ somos transportados para outro mundo”, desvendou a mulher de Carlos III num novo episódio do podcast Queen’s Reading Room.

É conhecido o gosto de Camila pela leitura e a rainha tem o seu próprio clube de leitura desde 2021 para falar da paixão pelos livros e promover a leitura ─ uma das suas maiores causas enquanto membro da família real é a alfabetização e apadrinha várias associações dedicadas a este tema.

Mas, mais do que fazer bem ao intelecto, ler é também uma forma de nos resgatar dos dias menos bons, lembra Camila, que falava na estreia da nova temporada do podcast, para o qual convida escritores a reflectirem sobre a sua obra. “Esquecemo-nos do que se passa à nossa volta e é uma sensação maravilhosa a de estarmos realmente absorvidos e de nos desligarmos do resto do mundo”, declara, enquanto se ouve, ao fundo, o som de uma lareira a crepitar.

Não é só Camila que o diz. O podcast evoca dados que confirmam que, a partir dos cinco minutos de leitura, os níveis de stress baixam 20%. Em 2022, um estudo publicado na revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking concluiu que bastaria uma semana longe de redes sociais, como o TikTok e o Twitter, para atenuar sintomas de depressão ou ansiedade. É ainda melhor se substituir as redes sociais por um livro.

Durante o período de confinamento por causa da pandemia de covid-19, a então duquesa de Cornualha partilhou alguns dos seus livros favoritos. Na lista destacam-se Amor em Tempos de Cólera, de Gabriel García Marquez; Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; Suite Francesa, de Irène Némirovsky; ou Rapariga, Mulher, Outra de Bernardine Evaristo.

No ano passado, face à polémica com as alterações a termos considerados ofensivos nos livros do autor Roald Dahl, conhecido por clássicos como Charlie e a Fábrica de Chocolate ou James e o Pêssego Gigante, a rainha veio a público apelar a todos os autores para que resistam aos limites que se tentam impor à liberdade de expressão. E pediu: “Por favor, mantenham-se fiéis ao vosso chamamento, independentemente daqueles que possam querer restringir ou impor limites à vossa imaginação.”

O gosto pela leitura terá sido herdado do pai, Bruce Shand, que lhe lia histórias quando era pequena. “Ele escolhia os livros e nós ouvíamos. E acho que foi o seu amor pelos livros que ficou enraizado em nós, desde muito cedo”, analisa a rainha, num questionário publicado na página do clube de leitura, onde também descrevia a experiência de leitura. “Há algo de tão táctil nos livros. Gosto do cheiro das páginas quando se abre a capa. Virar as páginas e dobrar um canto para baixo, pronto para a próxima vez.”

No site do Queen’s Reading Room está disponível a lista completa de livros recomendados pela rainha e é possível acompanhar as leituras recomendadas para cada trimestre no clube. Para já, ainda não foi lido nenhum livro de um autor português.

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