Lily Allen diz ter recebido ameaças de morte por devolver animal de estimação

O coro de críticas é liderado pela associação PETA, que diz que o único animal que a cantora pode adoptar é “um cão de peluche eléctrico”.

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Lily Allen tem duas filhas: Ethel e Marnie ISABEL INFANTES/Reuters
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Lily Allen contou que devolveu um animal de estimação durante a pandemia, depois de a cadela ter roído os passaportes das suas filhas. A revelação, feita no seu podcast Miss Me? na semana passada, custou-lhe caro e têm-se multiplicado as críticas nas redes sociais à cantora, lideradas pela associação PETA. “As pessoas têm reagido com raiva a uma mistura distorcida de citações falsas destinadas a irritá-las e, como resultado, recebi algumas mensagens verdadeiramente de ódio, incluindo ameaças de morte”, queixou-se a britânica no X.

A PETA começou o debate com uma publicação no Instagram onde dizia que ia enviar um “cão de peluche eléctrico” à cantora. “É o único animal que poderias levar para casa”, escreve a associação de protecção dos animais. “Os cães são um compromisso para a vida. Não é justo tratá-los como acessórios para os descartares quando são inconvenientes”, continua, numa carta assinada pela vice-presidente da filial britânica, Elisa Allen.

Num comunicado publicado no X (antigo Twitter), a cantora esclareceu a polémica, justificando a decisão de devolver Mary (como se chamava o animal) devido aos problemas de comportamento do animal. “Não conseguimos satisfazer as necessidades da Mary e a sua felicidade e bem-estar foram fundamentais para tomarmos essa decisão, por mais difícil que fosse”, contextualiza a artista, garantindo que a cadela tinha ansiedade de separação, que estava a afectar a família. “Ela não podia ficar sozinha por mais de dez minutos, fazia três longas caminhadas por dia, duas connosco e uma com um passeador de cães local e vários outros cães”, conta.

Lily Allen terá falado com a associação de Nova Iorque onde tinha adoptado a cadela, que aconselhou um especialista para a treinar, mas os esforços foram em vão. Quando Mary roeu os passaportes das duas filhas, Ethel e Marnie, impedindo que conseguissem viajar para o Reino Unido, a cantora tomou a decisão de a devolver. “Era uma cadela muito mal comportada, e eu esforcei-me muito com ela, mas não resultou, e os passaportes foram a gota de água que fez transbordar o copo, por assim dizer. Levei-a de volta para a sua casa”, revelou no podcast.

Essa atitude, garante, não é sinónimo de maus-tratos. “Ao longo da minha vida, desde os 4 anos, que tive cães adoptados, por isso, sou muito bom a determinar as necessidades dos cães. Nunca fui acusada de maltratar um animal e ouvir isso a semana inteira foi muito angustiante”, desabafa.

A cantora acusou a PETA de ter “colocado lenha na fogueira”, tal como os tablóides britânicos que “descontextualizaram” as suas afirmações. “É distorção, e tudo o que [a PETA] está a fazer ao envolver-se com estas histórias é angariar mais dinheiro para as pessoas que lucram com a divisão de todos nós”, declara ainda. E insiste: “Estou bem, mas foram uns dias muito difíceis que me afectaram a mim e à minha família.”

Mas a PETA não parece acreditar nas palavras de Lily Allen, lembrando a leviandade com que a cantora falou do tema no podcast e voltou ao ataque. “Riu-se ao falar sobre o abandono de Mary e arruinou a vida da pobre cadela. Ela pensava que tinha um lar amoroso e eterno antes de a deitarem fora, chamando-lhe ‘aquele cão que arruinou a minha vida’. Que vergonha. Não mereces nem o cão de brincar que te enviámos”, respondeu a associação.

Alguns utilizadores concordam com a PETA: “A cadela está melhor sem ti.” Mas outros saem em defesa de Lily Allen, lembrando que é preciso coragem para devolver um animal de estimação. “Para sermos justos, se não conseguiu satisfazer as necessidades do cão, então o realojamento foi a melhor opção para si e para o cão. Duvido que a maior parte das pessoas que a criticam se preocupem com os animais de abrigo em geral”, comenta uma utilizadora.

Depois da polémica, o site de celebridades TMZ foi procurar a pequena Mary, que foi readoptada logo em 2021, na sequência de devolução, avança a associação Animal Haven, em Nova Iorque. “Está a viver a sua melhor vida com uma nova família”, garante.

A devolução de animais de estimação foi um problema durante a pandemia de covid-19 também em Portugal, queixaram-se então as associações, que descreviam a experiência como “traumatizante”, sobretudo para os cães.

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