Lisboa lança concurso para atrair startups brasileiras de tecnologia

Objetivo é fazer da capital portuguesa o caminho para empresas brasileiras se internacionalizarem. Valor do prêmio ultrapassa os 25 mil euros.

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A sede da Unicorn Factory, no bairro do Beato Jair Rattner
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Silos industriais da antiga fábrica de moagem da Manutenção Militar Jair Rattner
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O café da Unicorn Factory Jair Rattner
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O edifício ainda guarda resquícios da antiga utilização, com uma arquitetura industrial Jair Rattner
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A entrada da Unicorn Factory Jair Rattner
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A sede do Web Summit de Lisboa Jair Rattner
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Empresas brasileiras do ramo de tecnologia têm até 15 de setembro para se inscreverem num concurso organizado pela Unicorn Factory (Fábrica de Unicórnios), da cidade de Lisboa. A seleção dará ao vencedor o direito de participar no Web Summit português deste ano com uma banca própria, incluindo viagem com acompanhante para a capital portuguesa. Também terá direito a participar do programa para capacitação de empresas promovido pelo centro tecnológico empresarial da cidade. No total, se fosse em dinheiro, o primeiro lugar na disputa equivaleria a 25 mil euros (R$ 150).

O prêmio inclui ainda participação do programa Scaling Up (Ganhar Escala) da Unicorn Factory, com mentoria e formação por parte de personalidades com experiência no crescimento de startups. Entre as personalidades que darão formação está Steve Kadigan. Ele foi o primeiro diretor de Recursos Humanos do Linkedin, acompanhando o crescimento da empresa de 20 empregados até atingir os mil trabalhadores.

O segundo e terceiro colocados receberão bilhetes para participar no Web Summit de Lisboa e acesso ao programa Launch in Lisbon (Lançamento em Lisboa), que ajuda as empresas a entrarem no mercado lusitano. Esses prêmios são avaliados em 5 mil euros (R$ 30 mil).

“É uma oportunidade para empresas brasileiras se expandirem na Europa. Queremos trazê-las para que possam utilizar Lisboa como porta de entrada para os mercados europeus. Nosso programa foi criado com o intuito de apoiar a expansão internacional de empresas”, afirma Gil Azevedo, diretor da Unicorn Factory.

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Gil Azevedo, diretor da Unicorn Factory Jair Rattner

Segundo ele, o prêmio foi pensado para firmas já implantadas no mercado brasileiro, com produto definido. As condições para participar da seleção são claras: as empresas devem estar em um intervalo entre operações estruturadas e faturamento de até 25 milhões de euros (R$ 150 milhões).

Unicórnios

A Unicorn Factory é um programa montado pela prefeitura de Lisboa em 2022 para a criação de empresas de tecnologia na cidade. O nome vem do conceito de unicórnio, startup que alcança valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares (R$ 5,6 bilhões). Desde o início, o programa é dirigido por Azevedo, um engenheiro que já esteve no Brasil, entre 2008 e 2011, como consultor de empresas de telecomunicações.

A base é o Beato Innovation District (Distrito de Inovação do Beato), que ocupa o espaço onde foi a principal fábrica de produtos alimentares do exército português, com 18 edifícios espalhados por 35 mil metros quadrados. Até agora, apenas quatro prédios foram reformados para alojar as novas empresas.

“Queremos transformar Lisboa em um grande centro de inovação para a Europa”, ressalta Azevedo. Ele acrescenta que a fábrica de unicórnios, um investimento da prefeitura de 50 milhões de euros (R$ 300 milhões), tem acolhido 250 novas empresas por ano, 50 no espaço do Beato e 200 de forma remota. Neste momento, são 10 em operação no local, responsáveis por mil postos de trabalho. Entre elas, a sede portuguesa do Web Summit.

Além do espaço no Beato, a Unicorn Factory conta com mais dois bairros de inovação. O de Alvalade, dedicado à web 3, cripto e webchain, sendo um centro de inteligência artificial; e o do Saldanha, voltado para games. Há também o Técnico Inovation Center, ligado ao Instituto Superior Técnico, a principal escola de engenharia de Portugal.

Escalas

O principal programa para as empresas é o Sacling Up, que tem vários módulos. O primeiro envolve consultores que têm experiência em empresas de tecnologias. O segundo trata de mentoria para ajudar a resolver os problemas que as firmas enfrentam. O terceiro prevê parcerias e investimento. Segundo Azevedo, há mais de cem companhias dispostas a investir em startups do programa. O quarto módulo estimula a internacionalização e conta com parceiros em vários mercados, entre eles, Brasil, Estados Unidos e Reino Unido.

Além do Scaling Up, há outros programas para as startups, com custos variados — alguns deles são gratuitos. O Launch in Lisbon (Lançamento em Lisboa) ajuda as empresas a navegar na burocracia portuguesa e se estabelecerem no país, com orientação sobre a legislação fiscal, as questões regulatórias e a forma de entrar e se expandir no mercado português.

O Clean Future (Futuro Limpo) ajuda às empresas a alcançar a sustentabilidade ambiental e o From Start to Table (Do Arranque à Mesa) pretende ser um impulso a startups do setor alimentar.

Para facilitar o crescimento das empresas, uma das vantagens oferecidas é o valor cobrado para a sua instalação. Para uma empresa com quatro postos de trabalho, ter um espaço na Unicorn Factory fica entre 500 e 1 mil euros (R$ 3 mil e R$ 6 mil) mensais, o que inclui internet, acesso a salas de reuniões, limpeza e segurança. Para uma firma com dez pessoas, o valor varia entre 2 mil e 2,5 mil euros (R$ 12 mil e R$ 15 mil) mensais.

Das empresas que estão no Unicorn Factory neste momento, cinco são brasileiras: a Smash, de processamento, distribuição e venda de cartões de presente para marcas; a Unxpose, de cibersegurança preventiva; a Destinos Inteligentes, uma plataforma para gerir e promover atrações turísticas; a Smarkets, de serviços de compra e venda entre empresas; e a WiseCare, de soluções de videoconferência para ambientes digitais colaborativos.

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