Há mais candidatos às Forças Armadas do que vagas – mas cerca de metade falha provas
Há menos 8521 militares nas Forças Armadas do que há dez anos. Aposta na habitação e nos quadros permanentes são apontadas como soluções.
Apesar de haver mais candidatos do que vagas abertas pelas Forças Armadas, cerca de metade dos candidatos falta às provas de selecção ou não cumpre os requisitos necessários, noticia esta segunda-feira o Jornal de Notícias (JN).
De acordo com o jornal diário, o número de candidaturas às Forças Armadas no último ano foi quatro vezes maior do que o número de vagas disponíveis. E em todos os três ramos – Exército, Força Aérea e Marinha – houve mais candidatos do que lugares para ocupar. No Exército, para 6330 vagas abertas entre 2023 e o 1.º semestre de 2024, houve 10.941 candidatos e apenas 2465 admissões. No mesmo período houve 1625 vagas abertas na Força Aérea e 3376 candidaturas recebidas, das quais 647 foram aceites. Na Marinha, foram admitidos 665 dos 2663 candidatos, apesar de só haver 516 vagas.
As provas psicológicas e médicas são a razão pela qual a maioria dos candidatos reprova no processo de recrutamento, escreve o JN. Outros há que simplesmente não comparecem às provas.
Actualmente, todos os ramos das Forças Armadas têm vagas abertas: 3115 no Exército, 724 na Força Aérea e 884 na Marinha. Em dez anos, as Forças Armadas viram o número de efectivos baixar até aos 22.915 – menos 8521 militares.
Ao JN, o tenente-coronel João Alvelos, do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, alerta para a possibilidade de o número de vagas por ocupar poder comprometer a “disposição de efectivos para o cumprimento de missões”. Aponta também que ainda se espera pela “valorização dos suplementos” salariais dos militares e que a aposta na habitação – através de, por exemplo, cooperativas de habitação – e os jovens quadros permanentes podem ser soluções que ajudem a enfrentar a actual situação.
Em Julho, o Governo anunciou um aumento de 300 euros no suplemento à condição militar cuja componente fixa, até então, era de 100 euros. Como noticiou o PÚBLICO, o aumento será feito de forma faseada: 200 euros este ano, 50 euros mensais a partir de 1 de Janeiro de 2025 e os restantes 50 euros a partir de 1 de Janeiro de 2026.