Foo Fighters proíbem Trump de usar canção e vão doar os direitos a Kamala Harris

Em causa está My Hero que foi utilizada num comício republicano no Arizona na passada sexta-feira. Os direitos de autor da utilização vão ser doados à campanha do Partido Democrata.

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Helle Arensbak/Ritzau Scanpix/via REUTERS
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Não há quem queira dar música à campanha presidencial de Donald Trump. Depois de Beyoncé e Céline Dion terem proibido o candidato republicano de usar as suas canções, agora é vez de os Foo Fighters anunciarem que Trump reproduziu My Hero num comício no Arizona sem autorização da banda. O grupo vai exigir os direitos de autor da reprodução e o dinheiro conquistado será doado à campanha de Kamala Harris e Tim Walz, declarou um representante da banda.

No vídeo a circular nas redes sociais, ouve-se a canção da banda de rock no comício de Trump na passada sexta-feira, no Arizona, no momento em que Robert F Kennedy Jr entrou em palco para declarar o apoio ao candidato republicano — depois de ter desistido ele próprio de concorrer à Casa Branca.

No X (antigo Twitter) começaram a surgir questões sobre se os Foo Fighters teriam autorizado a utilização da canção. A banda não demorou a dar uma resposta curta: “Não.”

Dois dias depois, um representante do grupo veio a público garantir que desconheciam que a canção estava a ser usada pelos republicanos. “Não foi pedida autorização aos Foo Fighters e, se tivesse sido, eles não a teriam concedido”, confirmou em comunicado, enviado à CNN.

Como tal, a banda avançou que irá doar todos “os direitos de autor resultantes da utilização” da canção de 1997 à campanha de Kamala Harris. Donald Trump não reagiu, para já, ao incidente.

Os Foo Fighters juntam-se a Beyoncé e a Céline Dion que já tinham proibido Donald Trump de voltar a usar as suas canções nos comícios da campanha presidencial. O antigo Presidente usou Freedom, que é uma das canções oficiais da campanha de Kamala Harris que teve autorização de Beyoncé.

Já Céline Dion declarou, num comunicado divulgado nas redes sociais, que não tinha autorizado a utilização de My heart will go on e fez uma piada sobre o uso daquela música em particular, que fazia parte da banda sonora de Titanic. “A sério, essa canção?”, escreveu a cantora canadiana.

No início do ano também o guitarrista dos The Smiths, Johnny Marr, tinha reagido da mesma forma a um vídeo divulgado nas redes sociais onde se ouvia Please, please, please, let me get what I want num comício de Trump. “Eu nunca, num milhão de anos, teria pensado que isto poderia acontecer. Considerem esta merda encerrada agora mesmo”, escreveu nas redes sociais.

Não é a primeira vez que Donald Trump passa por problemas semelhantes relacionados com o uso de canções. Em 2018, quando era Presidente dos EUA também Rihanna, os Aerosmith e a família de Prince o proibiram de reproduzir o trabalho dos artistas.

Mais tarde, na corrida presidencial de 2020, a família de Tom Petty emitiu um comunicado onde proibia os republicanos de voltarem a tocar I won't back down, garantindo que o cantor nunca apoiaria “uma campanha de ódio”. A eles, nesse mesmo ano, juntaram-se os Rolling Stones, os Linkin Park e Neil Young.

Ao contrário de Donald Trump, na semana passada, durante a convenção democrata, foram vários os artistas que manifestaram apoio a Kamala Harris, como John Legend, Patti La Belle ou Stevie Wonder. O encontro fechou com Pink e a filha, Willow, a cantarem What about us. Já o hino nacional ficou a cargo das Chick Girls, que também cantaram na última convenção, em 2020, que decorreu online, por culpa da pandemia.

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