Madeira: incêndio dominado. Ponta do Sol mantém-se sob vigilância

Reacendimento na Ponta do Sol este sábado motivou preocupação, mas foi controlado. Nevoeiro aumentou a humidade e está a ajudar nas operações de rescaldo.

Nuvens de fumo elevam-se no local do incêndio no sítio da Lombada no concelho da Ponta do Sol, 24 de agosto de 2024, O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
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Nuvens de fumo elevam-se no local do incêndio no sítio da Lombada, no concelho da Ponta do Sol HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
Bombeiros e elementos da Proteção Civil deslocam-se para o local de combate ao incêndio no sítio da Lombada no concelho da Ponta do Sol, 24 de agosto de 2024, O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
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Bombeiros e elementos da Protecção Civil deslocam-se para o local de combate ao incêndio no sítio da Lombada HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
Avião Canadair executa uma descarga de água sobre focos de incêndio no sítio da Lombada no Concelho da Ponta do Sol, na Ponta do Sol, 23 de agosto de 2024, O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
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Avião Canadair executa uma descarga de água sobre focos de incêndio no sítio da Lombada no Concelho da Ponta do Sol, a 23 de Agosto HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
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A situação na Ponta do Sol, ilha da Madeira, complicou-se ao final da manhã deste sábado e o fogo chegou a aproximar-se de casas na zona da Lombada, mas foi entretanto controlado. Num breve comunicado divulgado pelas 19h30, o Serviço Regional de Protecção Civil confirmou que todos os focos do incêndio que começou a 14 de Agosto estavam dominados.

Na zona em que ocorreu o reacendimento, na Ponta do Sol, prosseguem as operações de rescaldo e vigilância com 70 operacionais no terreno. O fogo deflagrou num local onde não é aconselhado o uso de meios aéreos, pelo que o helicóptero que opera na região não foi utilizado no combate às chamas.

Cláudia Dias Ferreira, responsável pela Protecção Civil Municipal, disse à SIC que no local estiveram bombeiros da região, elementos da Força Especial de Protecção Civil e da GNR, mas que não foi necessário retirar habitantes das suas casas. Foi criado um posto de apoio à população onde haverá água e comida para o caso de ser ainda necessário acolher pessoas ou para quem prefira deslocar-se para esse local de abrigo por precaução.

Num ponto de situação pelas 16h30, a mesma responsável informou que estavam no terreno centenas de operacionais a fazer combate directo ao fogo e que o vento abrandou, o que ajudou a que o incêndio não progredisse. Foi também utilizado um drone para monitorizar o incêndio.

"Chegou agora um reforço constituído por bombeiros nacionais e Força Especial de Protecção Civil que vão ser posicionados em zonas estratégicas para fazer um combate ao nível do fogo directo. O fogo não progrediu desde a última vez que falamos. Está na mesma posição. Não subiu mais. As populações continuam seguras porque não subiu em direcção às casas. O vento também baixou de intensidade", acrescentou Cláudia Dias Ferreira. Antes, pelas 14h, chegara a equipa de substituição dos bombeiros dos Açores, "para garantir a continuidade das operações de vigilância activa e rescaldo", disse a Protecção Civil regional no comunicado das 19h30.

“Junto das habitações está agora tudo mais tranquilo. O que interessa é tentar evitar que o fogo continue a progredir”, disse a presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, numa altura em que se abatia um intenso nevoeiro naquela zona que se misturava com o fumo do incêndio e que aumentou a humidade, tornando-se um aliado no combate ao fogo.

"[O incêndio] tem um ponto quente que está activo e nós esperamos — atenção, não estou a dizer que vai acontecer — que no prazo de uma hora, uma hora e meia, a gente consiga debelar aquilo", disse à agência Lusa o presidente do serviço regional de Protecção Civil, António Nunes, num contacto estabelecido cerca das 16h15. "É um ponto que está activo, portanto, não está tudo completamente controlado", reforçou.

António Nunes garantiu também que o fogo não ameaçava residências. "Está a uma distância de segurança, não há casas nenhumas em perigo", assegurou.

Este sábado de manhã, na conferência de imprensa, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, tinha admitido que havia um "foco de potencial reacendimento" na Ponta do Sol, na zona Oeste da ilha.

Moradores da Fajã das Galinhas não podem regressar a casa

O presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos afirmou este sábado que a Fajã das Galinhas não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas, estando a tratar dos realojamentos.

“Somos do entendimento de que a escarpa e o acesso viário para a Fajã das Galinhas, por um tempo que não conseguimos determinar, não oferece as condições de segurança para que as pessoas possam regressar às suas habitações”, disse à Lusa Leonel Silva. O autarca revelou que esta decisão já foi comunicada aos cerca de 120 habitantes retirados daquele local enquanto o incêndio estava activo, a 17 de Agosto.

Os moradores vão ser realojados provisoriamente em equipamentos municipais, públicos e regionais enquanto a construção de habitações definitivas, noutra localidade, não estiver concluída, explicou.

Leonel Silva salientou que a autarquia vai iniciar brevemente a construção de 30 moradias num investimento de 7,5 milhões de euros na zona do Castelejo, próxima da Fajã das Galinhas, localidade que não oferece riscos.

O projecto não é novo, tendo sido desenhado no ano passado aquando da estratégia local de habitação onde a Fajã das Galinhas já tinha sido sinalizada como sendo de elevado risco, sublinhou. Dizendo que o incêndio veio acelerar o processo, o autarca revelou que a generalidade das pessoas já não quer regressar à Fajã das Galinhas.

Leonel Silva frisou que o único acesso viário à fajã vai ser apenas reaberto para que as autoridades possam retirar os animais que lá estão, continuando proibido às populações uma vez que não estão garantidas condições de segurança. Com Lusa

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