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Madeira: BE quer apurar “responsabilidades políticas” no incêndio da Madeira

Os bloquistas da Madeira defendem que “há responsabilidades também políticas a vários níveis que têm de ser apuradas” relativamente ao incêndio no arquipélago.

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O incêndio da Madeira deflagrou a 14 de Agosto HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
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O Bloco de Esquerda (BE) da Madeira alertou este sábado que "a culpa não pode continuar a morrer solteira" em relação ao incêndio que afecta aquele arquipélago, sublinhando que "há responsabilidades políticas" que devem ser apuradas.

"O BE entende que a culpa não pode continuar a morrer solteira e que há responsabilidades também políticas a vários níveis que têm de ser apuradas", disse a porta-voz do partido naquela região autónoma, Dina Letra.

A dirigente do BE, que falava aos jornalistas em Encumeada, no concelho de São Vicente, considera que este incêndio demonstrou "a negligência e a inércia" do Governo Regional na prevenção ao longo dos anos, recordando que na "história recente" da Madeira ficaram registados "inúmeros fenómenos" que "aconselhavam" a uma mudança de estratégia e à aplicação no terreno de outras medidas no combate às chamas.

"Não há qualquer planeamento florestal, nem há um ordenamento do território sério que o proteja, o interesse público, que proteja as pessoas, o património natural", lamentou.

Para o BE, que não tem actualmente representação parlamentar na Madeira, este incêndio "colocou a nu e à vista de toda a gente a irresponsabilidade" do Governo Regional" na gestão do combate às chamas.

A porta-voz do BE na Madeira criticou ainda o Governo Regional por ter recusado integrar o Plano Nacional de Gestão Integrada dos Fogos Rurais 2020-2030. "O que nós vimos é que Miguel Albuquerque e os senhores do PSD, que se julgam donos e senhores da Madeira recusaram participar na construção deste plano porque acham que colocaria em causa a nossa autonomia, é exactamente o contrário", defendeu.

Segundo o BE, esta posição do Governo Regional traduz-se num "atentado" à economia e às especificidades do território, "colocando em causa" a vida de quem vive naquela ilha e o património natural da Madeira, que "não pode ficar refém nem de humores nem da arrogância de políticos que mostram não ter qualquer respeito" pela região.