Donald Trump diz que era o “Presidente favorito” de Isabel II
O candidato republicano garante que ele e a rainha britânica se “sentiram bem um com o outro” durante os vários encontros. “Ouvi dizer que eu era o Presidente preferido dela”, respondeu ao Daily Mail.
A imagem de Donald Trump a colocar a mão nas costas de Isabel II fez manchetes em todo o mundo, com a imprensa a acusá-lo de não respeitar o protocolo real numa visita de Estado. Uma nova biografia da rainha mais duradoura da história britânica recorda que Isabel descrevia o então Presidente norte-americano como “muito rude”, apesar de Trump garantir que era o seu “Presidente favorito”.
Os relatos contrapõem-se. A biografia Voyage Around the Queen (Viagem à volta da rainha, em tradução livre), do escritor Craig Brown, que retrata Isabel II a partir dos olhos de quem a conheceu, garante que a monarca “desgostou particularmente” da forma como Donald Trump olhou por cima do ombro dela “à procura de outros mais interessantes” para conversar.
Já Donald Trump diz precisamente o contrário em declarações ao Daily Mail durante a campanha presidencial em curso, garantindo que ambos passaram algum tempo juntos e se “sentiram bem um com o outro” nesses encontros. “Não faço ideia de quem é o escritor, mas foi exactamente o oposto”, defende. “Ouvi dizer que eu era o Presidente preferido dela.”
Mas as críticas da rainha a Trump não ficavam por aí. “Ela também acreditava que o Presidente Trump ‘deve ter algum tipo de acordo’ com a sua esposa, Melania, ou porque é que ela teria continuado casada com ele? Por seu lado, Donald Trump estava confiante de que tinha sido o seu convidado preferido de sempre”, escreve Craig Brown, conhecido pela escrita de sátiras na imprensa tablóide.
Donald Trump sempre falou sobre o seu fascínio pela família real britânica, um gosto que terá herdado da mãe, que era escocesa. Aliás, o candidato republicano à presidência dos EUA garante que uma das suas primeiras memórias de vida terá sido ver a coroação de Isabel II na televisão com a mãe ─ nasceu em Junho de 1946 e a coroação foi em Junho de 1953.
Realizou o sonho de conhecer a rainha em 2018, numa visita informal a Inglaterra, quando foi recebido no Castelo de Windsor, o que terá gerado controvérsia em Londres por não se tratar de uma visita oficial.
Um ano depois, realizou-se a visita de Estado, que contou com as formalidades habituais, incluindo uma recepção no Palácio de Buckingham, em que colocou a mão nas costas de Isabel II, numa quebra de protocolo. Trump também caminhou em frente à rainha na revista às tropas. Durante a mesma viagem, encontrou-se com o então príncipe de Gales, Carlos, e elogiou o encontro com o “Príncipe das Baleias” numa publicação viral no Twitter ─ escreveu “Prince of Whales” (príncipe das baleias) e não “Prince of Wales” (príncipe de Gales).
Nem sempre a afinidade de Trump foi correspondida e, em 2018, o então Presidente queixou-se de não ter sido convidado para o casamento do príncipe Harry e Meghan Markle. Os duques de Sussex justificaram então que tinham decidido não convidar qualquer político ou chefe de Estado, mas é conhecida a animosidade da antiga actriz para com Trump. Em 2016, na campanha presidencial, Markle chamou-lhe "divisionista" e "misógino".
Donald Trump foi o 12.º Presidente dos EUA que Isabel II conheceu até 2022, quando morreu aos 96 anos, depois de sete décadas de reinado. Um ano antes, em 2021, recebeu Joe Biden no Castelo de Windsor, décadas depois de ter conhecido Harry Truman, quando era apenas a princesa herdeira. Enquanto rainha, o primeiro Presidente que conheceu foi Eisenhower, em Outubro de 1957.
Agora será Carlos III a conhecer o próximo Presidente dos EUA, Donald Trump ou Kamala Harris, que vão a eleições a 5 de Novembro.