Alain Delon queria que o cão fosse eutanasiado quando morresse. A família recusa-se a fazê-lo

O actor queria que Loubo, um cão saudável, fosse abatido e colocado no seu caixão porque acreditava que sofreria mais com a ausência do dono. Os filhos anunciaram que vão ficar com o animal.

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Alain Delon queria que o cão fosse abatido quando o actor morresse. A família recusa-se Eric Gaillard/Reuters
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Alain Delon morreu no domingo, 18 de Agosto, mas deixou um último desejo em relação ao cão Loubo, um pastor belga malinois de dez anos: queria que o animal fosse eutanasiado e colocado no seu caixão para não sofrer nem sentir a falta do dono. Os filhos do actor francês recusaram-se a fazê-lo. Mas a história não acaba aqui.

França não tem nenhuma lei que proíba os donos de abaterem os animais, mas são os veterinários que decidem se o devem ou não fazer.

O actor tornou a sua vontade pública numa entrevista à revista Paris Match em 2018 e já nessa altura várias associações de protecção dos animais do país condenaram a ideia e ofereceram-se para encontrar uma nova família para Loubo se o dono morresse antes.

Nos últimos dias, o potencial abate do animal voltou a ser tema de conversa e de protestos em França. Os activistas pelos direitos dos animais frisaram que, apesar da idade, Loubo é um animal saudável e a Sociedade Protectora dos Animais do país (SPA, na sigla original) até se voluntariou para encontrar tutores para o cão.

“A vida de um animal não deve depender da de um humano”, escreveram numa publicação no X.

Entretanto, escreve o Guardian, que cita um porta-voz da fundação de protecção dos animais Brigitte Bardot, Anouchka Delon, a filha do actor, declarou que a família vai ficar com Loubo uma vez que, disse, o cão “faz parte da família”.

Alain Delon falou várias vezes em público sobre a relação com o animal que adoptou em 2014 e que dizia “amar como se fosse um filho”. “Tive 50 cães na minha vida, mas tenho uma relação especial com este. Ele sente minha falta quando não estou”, declarou à Paris Match, citado pelo diário britânico.

“Se eu morrer antes dele, vou pedir ao veterinário para nos levar juntos. Ele vai colocá-lo a dormir nos meus braços. Prefiro fazer isso do que saber que ele vai se deixar morrer com tanto sofrimento”, revelou.

O actor também mandou construir uma capela e um cemitério para animais para pelo menos 35 dos cães que teve no jardim da casa que tinha na zona de La Brûlerie, perto de Paris.

De acordo com o diário britânico, Alain Delon deverá ser sepultado na propriedade situada na comuna de Douchy esta semana e tal como queria: sem cerimónias fúnebres nacionais e “como qualquer outra pessoa”.

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