Ice Merchants, Os Demónios do Meu Avô e Nayola nomeados para os prémios Emile

Após vários anos de ausência, os prémios serão atribuídos em Setembro, no âmbito do festival grego ANIMASYROS.

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Ice Merchants, de João Gonzalez, deu ao cinema português a sua primeira nomeação de sempre aos Óscares DR
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Os filmes portugueses Ice Merchants, Os Demónios do Meu Avô e Nayola estão nomeados para a nova edição dos prémios europeus de animação Emile, que regressam após vários anos de ausência.

Ice Merchants, de João Gonzalez, está nomeado nas categorias de Melhores fundos e personagens em curta-metragem, Melhor animação em curta-metragem e Melhor dos melhores em curta-metragem.

Primeiro filme português a ser nomeado para os Óscares, em 2023, esta curta-metragem sobre a perda e os laços familiares tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada sobre um precipício.

A partir dessa imagem, o realizador desenvolveu a história de um pai e um filho que produzem gelo na casa inóspita onde vivem, e de onde saltam todos os dias de pára-quedas para o vender na aldeia, no sopé da montanha.

O Óscar de Melhor Curta de Animação dessa edição dos prémios da Academia de Hollywood acabaria por ser entregue a The Boy, the Mole, the Fox and the Horse, de Charlie Mackesy e Matthew Freud.

Já as longas-metragens Os Demónios do Meu Avô, de Nuno Beato, e Nayola, de José Miguel Ribeiro, estão nomeadas para todas as categorias do universo das "longas": melhor argumento, melhor banda sonora, melhores fundos e design de personagens, melhor animação e melhor das melhores.

Os Demónios do Meu Avô é a primeira longa-metragem de animação de Nuno Beato, produzida pela Sardinha em Lata, e tem argumento de Possidónio Cachapa e Cristina Pinheiro.

As figuras de barro da ceramista Rosa Ramalho e a paisagem transmontana servem de inspiração para o imaginário do filme, feito em 2D e animação de volumes, cuja história se centra em Rosa, uma mulher que ruma à aldeia do avô para se reencontrar com o passado da família.

Nayola é a primeira longa-metragem de animação do realizador português José Miguel Ribeiro, numa co-produção internacional que inclui Portugal, França, Países Baixos e Bélgica.

O filme tem argumento de Virgílio Almeida, a partir de uma peça de teatro de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, e a narrativa decorre entre 1995 e 2011, entre o final da guerra civil de Angola e os primeiros anos de paz no país.

A associação que atribui os prémios europeus de animação foi criada em 2017 por várias figuras do sector, tendo organizado duas edições dos galardões, em 2017 e 2018.

No ano passado, a associação renasceu e uma nova edição dos prémios foi marcada para 23 de Setembro deste ano, na Grécia, no âmbito do festival de animação ANIMASYROS.