Rosa de Saron: 36 anos de música e fé que ecoam além-mar

A mais antiga banda católica de rock do Brasil veio a Portugal para dois concertos. O grupo, que já tocou para dois papas, conversou com o PÚBLICO Brasil durante sua passagem por Lisboa.

Foto
Integrantes da banda Rosa de Saron, Rogério Feltrin e Bruno Faglioni dizem que foi uma emoção enorme tocar para dois papas Jair Rattner
Ouça este artigo
00:00
03:11

O Brasil é reconhecido mundialmente pela sua rica diversidade musical e, entre as pérolas do rock cristão, a banda Rosa de Saron se destaca, combinando melodias envolventes com letras que refletem a espiritualidade, a religiosidade e a experiência humana. Com 36 anos na estrada, o grupo já passou por várias formações, sempre com mensagens de fé e esperança a uma legião de fãs.

Rogério Feltrin e Bruno Faglioni não escondem a alegria com a presença da banda em Portugal. E não economizam nos detalhes ao compartilharem a trajetória do grupo e experiências marcantes, incluindo apresentações memoráveis em eventos significativos, como as Jornadas Mundiais da Juventude, para dois papas: Bento XVI e Francisco. "Tocar para os papas foi uma emoção indescritível. Um grupo de garotos que se uniram na igreja e que, ao longo dos anos, se transformaram em uma banda com alcance mundial", lembra Rogério.

No início, o som do Rosa de Saron era mais próximo do rock metálico, mas foi se modificando ao longo dos anos e se tornou uma referência gospel. Segundo Rogério, "o estilo musical passou por transformações, mas sempre mantivemos a lealdade à nossa proposta original". Eles contam que a banda se destacou por não se deixar levar por modismos, buscando inovar dentro da estética do rock que cultivam.

Há um fundo de apostolado na forma como a banda encara o seu trabalho musical. Bruno, que entrou para a banda em 2019, menciona a importância de compor canções que sirvam como “porta de entrada" para aqueles que podem ter resistências à religião. "Usamos metáforas e uma linguagem mais poética. Essa abordagem nos permite atingir pessoas que, às vezes, torcem o nariz para a religião, mas são tocadas pela poesia e pela mensagem", afirmou.

Projeto ambicioso

Recentemente, o Rosa de Saron lançou um projeto ambicioso: um DVD gravado ao vivo no Teatro Municipal de São Paulo, com participação de renomados artistas brasileiros e uma orquestra sinfônica. "Foi uma grande oportunidade para celebrar nosso legado musical", comentou Bruno. "A música Rosa e Espinho, que compus durante um período difícil da minha vida, representa essa luta e superação", continua ele, emocionado.

Em julho, a banda fez um show em Portugal, apresentando-se no festival GodTellers, no Porto. A recepção calorosa do público, composto, em sua maioria, por brasileiros, impressionou os integrantes. "Nos surpreendeu ver a quantidade de pessoas que conheciam nossas músicas e cantavam junto. Foi um sinal de que semeamos algo especial", destaca Rogério.

Sobre a forma como foram recebidos pelo público português, eles ressaltam a forte ligação cultural e a tradição católica do país. "Portugal é um berço da arte ocidental, e saber que a nossa música ressoa aqui é um presente", afirma Bruno. Tanto ele quanto Rogério deixam claro que desejam retornar para compartilhar mais da sua mensagem e da sua música, continuando a construção de uma ponte entre Brasil e Portugal.

Os dois músicos veem a Rosa de Saron não apenas como uma banda. Consideram que é um fenômeno que transcende barreiras culturais, unindo pessoas em torno de mensagens de esperança e fé. Para manter a ligação com o público, acreditam que devem se renovar a cada ano e ter novos projetos.

Os artigos escritos pela equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil

Sugerir correcção
Comentar