Uma freguesia de Braga vai converter antigas cabines de telefone em microbibliotecas
O município de Braga, devido à inutilização das cabines de telefone, determinou a sua eliminação. Ao saber da medida, a Junta de Freguesia de S. Victor decidiu dar-lhes uma nova vida.
A evolução dos tempos tem ditado o fim de muitos equipamentos obsoletos e a chegada das comunicações móveis tornou as fixas quase inúteis. As cabines de telefone públicas surgiram em Portugal em 1932. Porém, desde os anos 90, que começaram a perder a sua utilidade quando os telemóveis começaram a aparecer. Ao aperceber-se do estado de degradação e vandalização que apresentavam, a autarquia de Braga determinou a retirada destes equipamentos da via pública. Contudo, Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor decidiu dar-lhes uma nova vida, transformando-os em pequenas bibliotecas como já se faz noutras partes do país e do mundo.
“Estamos no processo de negociação com a MEO/Altice para a aquisição de três cabines. A Altice já não está ligada ao projecto das Cabines de Livros mas prontificou-se a ajudar-nos no que precisássemos”, conta o autarca. “Estas cabines não vão estar instaladas no local das outras, até por uma questão de salvaguardar, não só o equipamento, como os livros que lá se vão encontrar”, acrescenta.
A iniciativa ainda demorará algum tempo a estar em vigor, uma vez que será necessário proceder à restruturação e readaptação, mas, assim que possível, os habitantes da freguesia de S. Victor contarão com três microbibliotecas para sua fruição. Projectos semelhantes foram lançados desde 2012, pela mão da Fundação Portugal Telecom, dando uma nova utilidade a estes equipamentos ao reconvertê-los em pequenas bibliotecas. A ideia, geralmente, passa por deixar um livro para levar outro, tornando-se também numa iniciativa sustentável.
Ricardo Silva salienta que "estas estruturas podem voltar a ter vida, reconfigurando a sua finalidade", adianta. Estas iniciativas são semelhantes ao book crossing, no qual um utilizador do site com o mesmo nome pode registar um livro, marcá-lo e “libertá-lo”, sendo depois possível acompanhar o percurso do livro e incitar aqueles que o encontraram a fazer o seu registo e a deixar um no lugar onde descobriram o outro.