Inquérito de Estimação: Associação de Protecção aos Cães Abandonados (APCA)
No Inquérito de Estimação, damos palco a associações e grupos de ajuda animal que o mundo deve conhecer. A APCA foi fundada em 1958, em Sintra, para acolher cães abandonados e alvo de maus tratos.
A Associação de Protecção aos Cães Abandonados (APCA) foi fundada em 1958 por três amigas que adoram animais. Juntas, compraram um terreno na freguesia de São Pedro de Penaferrim, em Sintra, construíram um abrigo para receber animais abandonados e de rua e começaram a resgatá-los.
Com o passar dos anos, as três amigas conseguiram a ajuda de outros funcionários e voluntários que cuidam dos 50 cães que a APCA pode receber. Em 1992, o projecto tornou-se legalmente numa associação e mantém-se financeiramente desde então com as doações de sócios, amigos e padrinhos dos cães que albergam.
“O nosso principal objectivo é acolher cães abandonados, recuperá-los física e mentalmente e encaminhá-los para novos lares onde sejam acolhidos como parte integrante das suas novas famílias”, explica Ana Pino, funcionária da associação, em resposta ao inquérito de estimação.
Os animais só são entregues para adopção depois de estarem vacinados, desparasitados, esterilizados e de terem microchip. Os cães Afonso, Tigra, Pintinhas, Sly, Pipa, Lola e Jacinto são alguns dos que estão à espera de uma família definitiva.
Uma medida prioritária pelos direitos dos animais
Aplicar o artigo 14.º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que indica que “os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do ser humano”.
Infelizmente, em Portugal, as leis ainda não acompanham a real necessidade de defender os direitos dos animais, vivendo-se uma quase total impunidade quando há maus tratos. Raras são as excepções em que há uma punição e parece nunca ser na medida adequada ao acto de crueldade perpetrado.
Um caso marcante
São muitos os que nos ficam no coração, mas um dos que mais nos marcou foi o Romão. O Romão veio de uma ninhada de cães de rua e quando chegou cabia na palma da mão. Por ser tão pequenino, foi rapidamente adoptado, mas depressa devolvido porque estragava tudo.
Era um rafeiro de pêlo preto, sem nenhuma característica que o diferenciasse dos outros, pelo que foi ficando e nunca mais foi adoptado. Recebia muito carinho no canil, era passeado quase todos os dias e sentia-se confortável. Quando, na velhice, a madrinha o tentou levar para casa, portou-se tão mal e ficou tão infeliz que teve de voltar para a APCA que se encarregava de lhe dar a medicação diária para os problemas hepáticos e cardíacos que tinha e até tinha direito a uma ração e patê especial. Partiu tranquilo e não estava sozinho.
Apesar de os voluntários mais recentes nem sequer o terem conhecido, o amor por ele continua e continuará sempre nos nossos corações, naquela que foi a sua casa durante 15 anos.
Um conselho para quem quer adoptar um animal
Tomar a decisão de aumentar a família, incluindo nela um cão, é um assunto muito sério, de grande responsabilidade e não deve nunca ser tomado por impulso. Adoptar um novo membro tem muitas implicações e uma delas é exigir que todos os familiares estejam de acordo em relação ao recém-chegado. Depois há que aprender a lidar com o animal, compreender as suas necessidades e saber impor limites.
Um projecto que tem de ser conhecido
Na nossa opinião, o projecto Animais de Rua merece destaque pelo trabalho extraordinário que tem feito. É fundamental para dar resposta ao número de casos de animais abandonados. Temos profunda admiração por esta associação, pois sabemos que os milhares de esterilizações que já fizeram evitaram que existissem muito mais animais abandonados.
Uma pessoa anónima que vale a pena conhecer
O Sr. Mário que é funcionário da APCA e é uma pessoa extremamente dedicada aos cães que acolhemos. Tem um coração enorme e preocupa-se com os nossos cães como se fossem dele. Gosta sempre de chegar bem cedo ao canil e ter tudo preparado quando os outros chegam. É metódico e dedicado, não deixando nada ao acaso. Os nossos cães têm muita sorte de o ter com eles e temos a certeza que retribuem todo o amor e carinho diários que ele lhes dá.