Serviços de saúde paralisados na Índia após médica ter sido violada e assassinada

Milhares de médicos interromperam a actividade a partir das 6h (1h30 em Lisboa), em greve geral. Ao longo do dia, está prevista a realização de vários protestos maciços, em várias cidades do país.

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Médicos num dos protestos na sequência da morte de uma médica interna RAJAT GUPTA / EPA
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A Associação Médica Indiana (IMA) iniciou neste sábado, 17 de Agosto, uma greve geral, paralisando os serviços médicos não essenciais em todo o país, em protesto contra a violação e homicídio de uma médica, no Leste da Índia.

A maior associação de médicos do país “declarou uma interrupção de 24 horas dos serviços para todos os médicos, independentemente do sector e do local de trabalho. As urgências vão continuar a funcionar”, declarou a associação, num comunicado divulgado na sexta-feira.

Milhares de médicos interromperam toda a actividade a partir das 6h (1h30 em Lisboa), informaram os meios de comunicação indianos. Ao longo do dia, está prevista a realização de vários protestos maciços, em várias cidades do país.

De acordo com os meios de comunicação social locais, todos os hospitais públicos e privados do estado de Jharkhand, no Leste do país, aderiram à greve, tendo sido registadas paralisações semelhantes noutros locais, como em Chennai, capital do estado de Tamil Nadu (sul), ou no estado de Assam (Nordeste), onde também foram convocados protestos.

A greve da maior associação de médicos do país vem juntar-se à declarada na quinta-feira pela Federação das Associações de Médicos Residentes da Índia (FORDA).

No centro dos protestos está a violação e o assassínio, na semana passada, de uma médica residente em Calcutá, capital de Bengala ocidental, onde trabalhava.

Irregularidades no caso, como o facto de a morte ter sido inicialmente dada como suicídio, bem como a suspeita de envolvimento de mais do que uma pessoa no crime, desencadearam protestos entre os profissionais de saúde e aumentaram a pressão do público, dos tribunais e das principais agências de investigação.

Na declaração de greve, a IMA pediu “uma investigação exaustiva e profissional do crime”, bem como o aumento dos protocolos de segurança nos hospitais para o nível dos existentes nos aeroportos, o fim do horário de trabalho de 36 horas, que a vítima cumpria na altura da morte, e à garantia de espaços seguros para os médicos descansarem.

A violência sexual contra as mulheres na Índia é um problema persistente e provoca frequentemente a reacção de grande parte da sociedade, que exige mais medidas para garantir a segurança das mulheres.

Em 2022, a Índia registou 31.500 violações, ou cerca de 86 por dia, de acordo com um relatório das autoridades.