Portugal registou 71.210 mortes nos primeiros sete meses do ano, mais 2,5% do que em 2023
Portugal está entre os 15 países da União Europeia que em Maio registaram excesso de mortalidade. No primeiro semestre, nascimentos diminuíram em relação a 2023. Saldo natural agrava-se.
Em Julho de 2024, revelam a Estatísticas Vitais divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal registou 9528 óbitos. Um acréscimo em relação a Junho (mais 268) e em relação ao período homólogo de 2023. Em Julho do ano passado morreram 8749 pessoas.
Segundo o boletim, em Julho o número de óbitos devido à covid-19 “aumentou para 304 (mais 28, relativamente a Junho de 2024), representando 3,2% do total de óbitos”.
Num balanço dos primeiros sete meses do ano, a mortalidade está com valores superiores ao mesmo período do ano passado. Assim, entre Janeiro e Julho registaram-se 71.210 óbitos, mais 1770 do que nos primeiros sete meses do ano passado (mais 2,5%).
Mas se a comparação for feita com os primeiros sete meses de 2022, o número é inferior. Entre Janeiro e Julho desse ano registaram-se 74.803 mortes (menos 4,8%).
Em relação aos anos da pandemia, a mortalidade registada no ano passado diminuiu: em 2023 registaram-se 118.895 mortes, quando, por exemplo, no ano anterior foram 124.942.
Seguindo uma tendência que teve início nos últimos dias de Dezembro de 2023, o arranque deste ano registou, ao longo de vários dias e com frio e vários vírus respiratórios a circular, um excesso de mortalidade em relação ao esperado para essa época do ano. Já em 2022, o país tinha registado um período de excesso de mortalidade, associado a ondas de calor.
Quanto ao indicador “excesso de mortalidade”, o boletim do INE também apresenta dados até Maio. Este indicador, explica-se no documento, é calculado pelo Eurostat e compara o número de óbitos registados em cada mês nos países da União Europeia (UE-27) e da EFTA (junta a Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) com o número médio de óbitos naqueles meses no período 2016-2019.
“Em Maio de 2024, a UE-27 registou excesso de mortalidade. Dos 27 Estados-membros, 15 apresentaram excesso de mortalidade naquele mês. Destes, Malta, Países Baixos, Irlanda, Portugal e Áustria apresentaram os valores mais elevados de excesso de mortalidade”, destaca. Tendo em conta o quadro divulgado, Portugal só não registou excesso de mortalidade em Fevereiro.
Menos bebés nascidos
Olhando para os nascimentos, e depois de no ano passado o número ter aumentado e se aproximado dos valores pré-pandemia, o primeiro semestre deste ano indica um pequeno decréscimo quando comparado com 2023.
Assim, nos primeiros seis meses deste ano, o INE registou 40.725 nados-vivos, menos 688 do que no mesmo período de 2023. Quanto a Junho, último mês com dados, “registaram-se 6665 nados-vivos, o que corresponde a um decréscimo de 5,9% (menos 415) em relação a Maio” e a um “decréscimo de 4,4% (menos 305) relativamente ao mês homólogo de 2023”.
Sem surpresa, em Junho “o saldo natural registou o valor de -2551, agravando-se relativamente ao valor de Maio (-2498) e ao do mês homólogo de 2023 (-1838)”. Comparando o primeiro semestre dos dois anos, a tendência foi de agravamento.
O boletim dá ainda conta de que, no primeiro semestre deste ano, celebraram-se 14.791 casamentos, “menos 133 (-0,9%) do que no mesmo período de 2023”. Contudo, Junho, com 3976 celebrações, fugiu dessa tendência geral, com um aumento dos casamentos celebrados quer em relação a Maio (mais 10%), quer a Junho do ano passado (mais 3,6%).